O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, diz que a culpa dos chumbos nos exames de acesso à profissão é dos cursos de direito, que não têm qualidade.
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Nos exames finais de estágio dos candidatos a advogados, mais de metade ficou pelo caminho. Eram 885 candidatos e foram aprovados apenas 367.
Os resultados dos exames realizados no final de janeiro, foram publicados na semana passada. Nas ilhas, nem um único candidato foi aprovado.
As notas são também, entre os aprovados, muito baixas.
António Marinho Pinto, o bastonário da ordem dos advogados, não fica surpreendido com a fraca qualidade demonstrada pelos candidatos à profissão.
«Esse número não me espanta, ou melhor, espantar-me-ia até por haver 41 por cento de aprovados, porque a maioria das pessoas que se candidata à Ordem dos Advogados não são sequer admitidos para estágio, porque o Estado não os deixa entrar. Não estão preparados pelas universidades para exercer uma profissão», afirma.
Marinho Pinto realça que os licenciados pós-Bolonha «estão mal preparados, as universidades mercantilizaram o ensino do direito, as universidades abandalharam o ensino do direito e estou a falar de universidades privadas e públicas, organizaram os cursos de acordo com as conveniências económicas das universidades e o resultado está à vista».