No Fórum TSF, o bastonário da Ordem dos Advogados defendeu, por isso, a criação de comissões de inquérito para investigar a actuação destes parlamentares.
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O bastonário da Ordem dos Advogados garante que há deputados a fazer tráfico de influências no Parlamento, apesar de se ter recusado a dar exemplos concretos.
No Fórum TSF, Marinho Pinto considerou inacreditável estar-se a «fazer uma lei no Parlamento de um grupo económico que deve milhões ao fisco e que têm negócios com o Estado e vestir-se o fato dos interesses desse grupo».
«Temos situações que noutros países, como nos EUA, já tinham metido muita gente na cadeia. Na Inglaterra, já tinham atirado com muitas demissões de políticos e de altos cargos», acrescentou.
Considerando que estas situações só podem ser definidas como «tráfico de influências», Marinho Pinto entende que estas envolvem «falar com uma pessoa e conseguir que um deputado consiga isto ou aquilo».
«Aparecem no Parlamento com fortunas fabulosas e vêm dizer que são honorários. Muitos desses honorários são puros pagamentos de actos de vantagens que foram obtidos por este advogado como deputado ou até, muitas vezes, como governante», frisou.
Marinho Pinto indicou ainda que estes advogados «tendo a inscrição suspensa continuam a exercer a patrocinar» e os «seus escritórios não param».
Por esta razão, Marinho Pinto defende que os «órgãos do Estado, o Ministério Público, a polícia, o próprio Parlamento, através de comissões parlamentares, deviam ser mais activos em actuações de prevenção e repressão».
«Lamento que o Parlamento não faça investigações e crie comissões de inquérito para investigar o património de alguns membros do Parlamento e de alguns ex-governantes», adiantou.
Marinho Pinto defende ainda que os advogados devem ficar impedidos de exercer a advocacia durante o cumprimento do mandato de deputado.