O bastonário da ordem dos Advogados considera a saída de Cândida Almeida um processo normal, mas espera que a mudança não seja permeável a influências políticas.
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«Não me espanta. A doutora Cândida Almeida já lá está há muitos anos, esta decisão é legítima. A nova PGR quer substituir a hierarquia, quer criar uma hierarquia da sua confiança. Espero que não seja da sua confiança política, tal como a procuradora é da confiança política deste Governo, nomeadamente da ministra da Justiça», disse Marinho Pinto à TSF.
O bastonário vai ainda mais longe e diz esperar «que não se introduza a política na investigação criminal ainda mais».
Marinho Pinto aponta ainda algumas características que considera que o sucessor de Cândida Almeida deve ter.
«Deve ser um magistrado independente, indisponível para utilizar um cargo para fazer obséquio político ou para fazer perseguições políticas. deve guia-se pelos valores da Justiça e do combate à criminalidade, sobretudo à criminalidade que constitui a razão de ser da criação do DCIAP. Enfim não tenho grandes esperanças, mas é bom pelo menos torná-las públicas, conclui.
São as ressalvas do bastonário à decisão que já terá sido comunicada a Cândida Almeida pela Procuradora Geral da República, ou seja, de que será substituída na liderarança do Departamento Central de Investigação e Acção Penal.
A notícia foi avançada ontem à noite na TVI, depois o jornal Público adiantou que a responsavel do DCIAP e outros dois procuradores foram também informados de que iam ser alvo de um inquérito.