Governador do BdP alerta para cenário "exigente" que necessita "de estabilidade, previsibilidade e responsabilidade".
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Mário Centeno considera que crescer 2% ao ano, até 2025, como prevê o Banco de Portugal, "não é optimista nem benevolente". Para o governador, é acima de tudo um projeto "exigente" que necessita de estabilidade e previsibilidade.
Num artigo de opinião no jornal Público, Mário Centeno avisa que o contexto é muito desfavorável a Portugal com uma recessão técnica e uma estagnação de facto da economia na zona euro e com o impacto da guerra.
"O crescimento dos portugueses. A área do euro está em recessão técnica. Podemos talvez dizer que está em estagnação. Não é com certeza um cenário externo benigno", alerta.
Por isso, Mário Centeno apela à "responsabilidade" social de todos, no que diz respeito à matéria salarial, ao sistema bancário, para reduzir os riscos e ao Estado, para "reduzir o endividamento e aumentar a poupança". O governador pede ainda sistema bancário que continue "a reduzir os riscos, remunerar o seu passivo e apoiar a economia portuguesa".
No texto, o governador do BdP sublinha o crescimento alcançado pelo país desde o início de século, referindo que, desde 2016 é de convergência com a área euro. "Na década que termina em 2025, vamos crescer mais de oito pontos percentuais acima da área do euro. Nos longos anos que decorreram entre 1995 e a grande crise financeira de 2008, a convergência foi de apenas um ponto percentual."