"Mário Centeno foi muito ajudado pelas circunstâncias. Com João Leão vamos ver"
João Leão foi membro do Conselho Económico e Social entre 2010 e 2014, conselho presidido pelo antigo ministro de Cavaco Silva, Silva Peneda.
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Silva Peneda acredita que João Leão tem todas as condições para ser um bom ministro das Finanças. O antigo presidente do Conselho Económico e Social, lembra na TSF que trabalhou de perto com o novo responsável pela pasta das finanças, durante o período de presença da Troika em Portugal.
João Leão foi membro do Conselho Económico e Social entre 2010 e 2014, um período em que assumia funções nas discussões com os parceiros sociais. Silva Penada lembra "um homem sempre muito bem preparado, com posições bem fundamentadas".
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"Não deu para avaliar questões políticas, pois isso era com os parceiros sociais, mas, esteve sempre à altura das situações", recorda Silva Peneda, explicando ainda que João Leão, nas reuniões com os parceiros sociais, conquistou o respeito daqueles com quem negociava, mostrando-se "sempre muito sólido".
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"Não vejo nada no perfil de João Leão que diga que ele não vai fazer um bom lugar. Tem todas as condições para o fazer, do ponto de vista pessoal, do ponto de vista técnico. As circunstâncias muitas vezes ajudam, no caso de Mário Centeno foi muito ajudado pelas circunstâncias, agora vamos ver o que acontece com João Leão".
Os desafios de João Leão
"Este orçamento suplementar tem, na minha opinião, alguns pressupostos algo otimistas, na minha opinião. Portanto é um risco, um orçamento de algum risco", considera Silva Peneda sobre aquele que diz, será o primeiro desafio para o novo Ministro das Finanças.
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Mas logo depois de defender este documento, e ainda durante o verão, o gabinete de João Leão terá, explica Silva Peneda, de começar a preparar o orçamento do próximo ano. "O orçamento de 2021 terá de começar a ser preparado em julho, agosto. E vai ser preparado numa fase de alguma incerteza, e não é um orçamento nada fácil de preparar, e admito mesmo que em 2021 vão ter de fazer orçamentos retificativos. As previsões não vão ser fáceis de fazer".
Mário Centeno e o Banco de Portugal
"Se estivesse no lugar de Mário Centeno, nunca iria para o Banco de Portugal", considera Silva Peneda. "Vai ter um papel de supervisão sobre decisões que ele mesmo já tomou", considera, e por isso, há questões éticas a penderar, diz o antigo ministro do Emprego e da Segurança Social. "São para mim questões da ética, na lei nada impede que seja. Mas parece que ele quer muito ser, e quando alguém quer muito ser. No caso dele [Mário Centeno] não iria".
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