Mário Centeno afirma que o défice orçamental português "ficará próximo dos 3%"
O Governador do Banco de Portugal melhora as previsões do Governo para a meta do défice orçamental em 2021. Centeno espera um défice próximo dos 3%
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Numa conferência promovida esta quarta-feira pelo Jornal de Negócios, Mário Centeno disse que o défice pode ter ficado melhor do que a previsão de 4,3% feita pelo ministro das Finanças no final do ano passado, quando apresentou a proposta do Orçamento do Estado para 2022.
"Em 2021, o défice orçamental ficará muito próximo dos 3%, talvez mesmo cumprindo já com os tratados orçamentais, ou seja, será provavelmente inferior a 3%", afirmou Mário Centeno.
Para o Governador do Banco de Portugal "a dívida pública recuou em 2021 para os 127% do PIB e, em termos nominais deverá cair, o que acontece pela primeira vez desde 1948. Quem não se lembra das ameaças de sanções e das amarras do Procedimento por Défices Excessivo?", questiona.
"Com estes resultados orçamentais, é a primeira vez que Portugal enfrenta uma crise sem entrar em défices excessivos. "
É um elogio de Mário Centeno a João Leão. O Governador do Banco de Portugal espera que o Governo continue a baixar a dívida pública, que está nos 127% do PIB.
"É fundamental retomar a trajetória de redução do rácio da dívida pública, sustentada por um plano credível de consolidação orçamental. Em 2022, o saldo orçamental reúne as condições (aritméticas) para se situar abaixo de 1%. Para tal contribui o fim da pandemia, com a eliminação de despesa extraordinária, e o aumento da atividade económica para níveis pré-pandémicos", sublinha.
Mário Centeno à espera de um futuro com as contas certas. "O país está em condições de recuperar, entre 2022 e 2023, o equilíbrio orçamental anterior à crise pandémica. Esta evolução não representa outra coisa que não seja a atividade económica: em janeiro, a receita homóloga de IVA cresceu perto de 40%; o Imposto de Selo cresceu cerca de 20%; e o ISP 18%".