Em declarações à TSF, o atual líder da Fenprof admite agora voltar a trabalhar numa escola, até porque "há muitas atividades e tarefas para desenvolver"
Corpo do artigo
O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) confirmou na sexta-feira que não vai recandidatar-se ao cargo nas eleições que se realizam durante o congresso nacional, em maio, deixando a liderança da federação após 18 anos.
O Congresso Nacional dos Professores vai realizar-se nos dias 16 e 17 de maio em Lisboa, mas cerca de um mês antes, a 10 de abril, está prevista uma conferência de imprensa para anunciar os candidatos que as direções dos sindicatos da Fenprof vão apresentar a eleições.
Para já, é certo que Mário Nogueira não será um desses nomes, confirmou o próprio durante uma conferência de imprensa, na Escola Secundária D. Dinis, em Lisboa, onde esteve reunido o Secretariado Nacional da Fenprof.
Em declarações à TSF, Mário Nogueira recorda "momentos de luta muito importantes" no início da sua liderança. Logo no primeiro ano, em 2008, houve "grandes manifestações" pelo fim da divisão da carreira, que tiveram "sucesso" junto dos Governos de José Sócrates, em que a tutela da Educação estava a cargo de Maria de Lurdes Rodrigues.
A recuperação do tempo de serviço dos professores foi um dos pontos altos da luta da Fenprof, aponta. Quando ao futuro, o ainda líder admite voltar a trabalhar numa escola, até porque "há muitas atividades e tarefas para desenvolver".
"Um diretor do meu agrupamento passa muito tempo a ligar-me para dizer para eu ir porque ele precisa de alguém para fazer assessoria", revela.
Na liderança da Fenprof desde 2007, o atual secretário-geral já tinha admitido que o congresso poderá ser “um momento de renovação dos quadros”, sem revelar se tinha a decisão tomada quanto à sua recandidatura.
Após a reeleição em 2019, Mário Nogueira afirmou que aquele seria o seu último mandato, mas no congresso nacional de 2022, num dos momentos de maior contestação dos professores dos últimos anos para exigir a recuperação do tempo de serviço, voltou a candidatar-se.
O secretário-geral garante, no entanto, que vai manter-se na federação. “Jamais era capaz de abandonar a Fenprof”, afirma, acrescentando que, quanto à liderança, “é o momento próprio de sair”.
“Foram 18 anos muito bem acompanhado. Se não fossem os meus camaradas dos sindicatos e das coordenações, não tínhamos feito o que fizemos. Alguém tem de dar a cara, mas o trabalho é coletivo”, afirmou, em jeito de balanço, durante uma conferência de imprensa, na Escola Secundária D. Dinis, em Lisboa, onde esteve reunido o Secretariado Nacional da Fenprof.
