No seu comentário na SIC, Marques Mendes considerou que a vida do secretário de Estado do Tesouro será a partir de agora um «inferno» e que «não vai ter condições para agir com autoridade».
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Marques Mendes defendeu que o secretário de Estado do Tesouro deve abandonar o Governo por causa das ligações que teve aos contratos swap e às PPP.
No seu comentário político este sábado na SIC, este ex-presidente do PSD previu que «a partir de agora, a vida» para Joaquim Pais Jorge «vai ser um inferno».
«Não vai ter mais condições para agir com autoridade, credibilidade e tranquilidade. Se não sair, tem outro drama: a política do Governo é minada na sua credibilidade», acrescentou.
Marques Mendes, que lembrou que as «pessoas precisam de ver bons exemplos e não maus exemplos», entende que o «Governo deve pensar duas vezes».
«A bem do próprio, do Governo e, sobretudo, a bem das pessoas acreditarem nos políticos» para não dizerem que «são todos iguais», adiantou.
Este conselheiro de Estado aproveitou ainda para acusar Pais Jorge de ter executado a política do ex-secretário de Estado dos Transportes Paulo Campos durante anos no que diz respeito às PPP.
«Vai agora estar dentro de um Governo que tem uma política em termos de PPP exatamente contrária à que tinha Paulo Campos? Isto só é possível quando as pessoas não têm o mínimo de princípios, honra e coerência. Estão de um lado e do seu contrário», sublinhou.
Considerando que este «é o chamado bloco central de interesses», Marques Mendes entende que desta forma «temos agora é a mesma pessoa que fez propostas que o Governo considerava que não eram boas para o interesse público vai estar no Governo a tentar defender o interesse público».
Marques Mendes entende ainda que o atual secretário de Estado do Tesouro sabia bem o que se passava em relação aos contratos swap, o que faz com que Pais Jorge seja incompatível com o cargo que atualmente ocupa.
«Acho que este secretário de Estado nunca devia ter ido para o Governo e depois do que veio a público nos últimos dias acho que devia tomar a iniciativa de sair do Governo pelos seus pés e, se não saísse por iniciativa própria, acho que devia ser convidado ou obrigado a sair», frisou.
Para Marques Mendes, «acho que é mau para o próprio, para o Governo e para a democracia que esta pessoa esteja em funções».