Temido aquece campanha contra Moedas, mas "não é o momento" para candidatura à câmara
A antiga ministra da Saúde é candidata à concelhia do PS de Lisboa.
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Marta Temido demitiu-se do cargo de ministra da Saúde há quase um ano. Na altura, garantiu que a carreira política não terminava ali: primeiro, como deputada, e agora como candidata à liderança da concelhia do PS Lisboa. A antiga ministra garante que este ainda não é o tempo para falar sobre uma candidatura à autarquia da capital, mas o discurso é de campanha.
Nos corredores socialistas, muitos veem Marta Temido como a candidata ideal para derrubar o atual autarca lisboeta, Carlos Moedas, até pelo fôlego que ganhou durante a gestão da pandemia. Marta Temido, que é militante socialista há pouco mais de dois anos, trata de colocar um travão.
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"Nós não estamos aqui a lançar uma candidatura à Câmara de Lisboa. Nós estamos aqui, apenas e só, a apresentar a nossa orientação política para a concelhia de Lisboa do PS", sublinhou.
A apresentação da candidatura foi no Largo do Rato, sede nacional do PS, com sala cheia e muitas caras conhecidas. Aos jornalistas, a antiga ministra admitiu que não fecha a porta a uma possível candidatura a Lisboa, mas este não é "o tempo certo".
"Os militantes devem estar disponíveis para servir o partido. Da mesma forma que estive disponível para este trabalho na concelhia, estarei disponível se o PS precisar de mim. Mas este não é esse momento", atirou.
No púlpito, depois dos habituais agradecimentos e de refrear ânimos, o discurso foi centrado na atual gestão de Lisboa, liderada pela direita. E, claro, surgiram os ataques ao atual autarca da capital, Carlos Moedas.
"A Lisboa que queremos não é uma cidade que se resigna a estar cada vez mais suja e com a higiene urbana a funcionar pior. A Lisboa que queremos não é uma cidade que se contenta com a falta de estacionamento ou com transportes públicos pelos quais se espera à chuva. A Lisboa que queremos não é uma cidade onde a mobilidade é caótica: não por obras a mais, é mesmo por falta de planeamento e de soluções mitigadoras do impacto dessas obras", acrescentou.
Para já não é candidata, garante Marta Temido, mas o discurso é de campanha. E o atual ministro do Ambiente e presidente da federação do PS de Lisboa, Duarte Cordeiro, deu uma ajuda à "incansável Marta Temido".
"Que seja o momento em que o PS inicia a reconquista da Câmara Municipal de Lisboa. E a Marta vai-nos liderar no processo de reconquista da Câmara de Lisboa", disse, olhando diretamente para a antiga ministra da Saúde.
Marta Temido concorre sozinha à concelhia, cargo que já ocupa de forma interina, depois da demissão de Davide Amado. O mandato é de dois anos, até setembro de 2025, ou seja, até às eleições autárquicas.