Promessas não cumpridas levam à demissão de um especialista do Observatório criado pelo Governo para evitar o regresso das chamas.
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Demitiu-se um dos especialistas do Observatório do Pinhal do Rei criado pelo Governo na sequência dos enormes incêndios de outubro de 2017 que destruiu quase 90% da Mata Nacional de Leiria.
O engenheiro Ricardo Vicente bateu com a porta porque ao contrário das promessas garante que a histórica Mata Nacional de Leiria está de novo ao abandono, tal como acontecia antes do fogo, e dá um exemplo que considera evidente: o observatório devia reunir todos os meses, mas há meio ano, apesar de várias insistências, que não há qualquer reunião.
O especialista recorda à TSF que "houve cerca de 10% da Mata Nacional de Leiria que não ardeu e nem desses 10% o Estado conseguiu garantir, através do Ministério da Agricultura, uma intervenção decente. Continuam plantas invasoras como os eucaliptos com uma densidade e altura elevada o que indicia um elevado risco de incêndio".
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Por outro lado, "na zona do pinhal que ardeu há uma progressão das plantas invasoras, como eucaliptos, que estão a ocupar espaço e que dentro de alguns anos estarão prontas a arder num novo ciclo de fogo".
O engenheiro espera que a demissão que agora apresentou, numa carta com argumentos violentos, sirva também de alerta para o estado de abandono da histórica Mata Nacional de Leiria, também conhecida como Pinhal do Rei.
Ricardo Vicente fala em "falta de vontade política" e considera que o Observatório "não está a responder às suas principais responsabilidades".