A Proteção Civil destacou que a passagem da tempestade Ana pelo território nacional causou mais de três mil ocorrências.
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"Entre as consequências mais graves dignas de registo, entre muitas outras, ocorreram cinco vítimas leves e uma vítima mortal devido a queda de árvore, 13 desalojados ou deslocados devido a casas destelhadas e quedas de árvores sobre habitações", disse Luís Belo Costa, Comandante Operacional de Agrupamento Distrital do Centro Sul.
Em conferência de imprensa, o comandante da Proteção Civil explicou que desde o final da tarde de domingo e o início da manhã desta segunda-feira registaram-se "um total de 3.187 ocorrências divididas por 1.997 quedas de árvore, 34 movimentos de massa, 370 inundações, 632 quedas de estruturas e 152 limpezas de vias".
De acordo com Luís Belo Costa, houve, igualmente, problemas na circulação de comboios, em particular na Linha da Beira Alta, devido à quebra de energia elétrica, além de estradas temporariamente cortadas, situações "já normalizadas".
A passagem da tempestade Ana afetou o território nacional de norte para sul, sobretudo os distritos de Lisboa, Porto, Aveiro, Viseu, Braga, Coimbra, Leiria, Setúbal e Viana do Castelo, distritos onde, segundo o comandante da ANPC, se registaram em média mais de 150 ocorrências, à exceção de Lisboa, com mais de 500 registos.
Tempestade já deixou Portugal, mas alerta continua
Luís Belo Costa adverte que "apesar de a situação estar estável, o estado de alerta especial de nível amarelo continua até às 20h00" desta segunda-feira, pelo que recomenda às populações que evitem estar em locais junto a árvores ou zonas arborizadas, "já que foram estas que deram origem às piores consequências".
"A queda de estruturas foi igualmente um problema grave que também afetou o nosso trabalho", disse o responsável, adiantando que no terreno estiveram 12.448 operacionais e mais de quatro mil veículos.
O responsável da Proteção Civil lembrou ainda as previsões de queda de neve em locais superiores a 800 metros e para os cuidados dos automobilistas para o uso de correntes de neve e de uma condução defensiva.
Luís Belo Costa recordou também os perigos da agitação marítima forte, desaconselhando passeios junto à orla costeira, "já que a história demonstrou que estar no sítio errado à hora errada traz problemas".
Em relação às comunicações do SIRESP, o comandante da ANPC reconheceu que existiram "algumas falhas, em alguns locais, devido a falhas na energia elétrica, mas que o socorro não foi comprometido".
Esta segunda-feira, o IPMA anunciou que a tempestade já deixou o território português, estando agora prevista uma descida das temperaturas, aguaceiros, diminuindo de frequência e intensidade, possibilidade de trovoada e granizo, e queda de neve acima de 800 metros.