Maus resultados eleitorais. CDS faz cortes, dispensa funcionários e fecha sedes
Os funcionários que permanecem no partido sofrerão cortes salariais, e a redução de custos passa também pelas estruturas regionais.
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O CDS conseguiu eleger cinco deputados, em vez dos 18 da anterior legislatura. Os resultados eleitorais tiveram consequências nas contas do partido, que já está a cortar no número de funcionários.
Depois da redução da subvenção estatal e das comparticipações financeiras, o partido está a fazer contas à vida. Nas últimas horas, Filipe Lobo d'Ávila, que tinha admitido candidatar-se à liderança do partido, confirmou que vai apresentar uma moção de estratégia, no congresso do CDS, marcado para o final de janeiro.
Em declarações à TSF, Pedro Morais Soares, secretário-geral do CDS, diz que este momento pede uma "renegociação e tentar encontrar alternativas mais em conta".
"A receita é muito menor", admite. Pedro Morais Soares diz mesmo que dentro do partido estão em processo de "ajustamento" quanto ao número de funcionários e que haverá "algumas rescisões", já que a "quebra de receita de 60% é muito significativa".
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O Jornal Económico garante esta manhã que, nos últimos dias, houve rescisões na sede nacional e no gabinete de apoio ao grupo parlamentar. Estas rescisões incluem assessores, secretárias e um motorista. O jornal acrescenta que os funcionários que permanecem no partido sofrerão cortes salariais.
Mas a redução de custos passa também pelas estruturas regionais. O líder da distrital do Porto confirma que as sedes de Matosinhos e de Valongo já fecharam. A direção do CDS pondera encerrar mais delegações, sobretudo as que são arrendadas.
O CDS não se pode endividar mais, sublinha o líder da distrital de Lisboa.
Ao Jornal Económico, uma fonte do partido explica que as dívidas podem chegar este ano aos dois milhões de euros.
No ano passado, o passivo era de um milhão
O partido está a renegociar as dívidas, mas agora, apenas com cinco deputados, a verba a receber do Estado deverá cair para menos de 500 mil euros, um valor que não cobre os 700 mil euros de despesa que o CDS teve na campanha das legislativas, o que agrava as contas do partido.