O candidato apoiado pela Iniciativa Liberal afirma que "é absolutamente necessário que o Governo assuma a responsabilidade das suas decisões".
Corpo do artigo
O candidato presidencial Tiago Mayan defendeu esta terça-feira que é "absolutamente necessário" que o Governo assuma a "responsabilidade das suas decisões" e defina formas de compensação "direta, imediata e sem burocracias" para pessoas e atividades que ficarem confinadas.
"Chegamos a um ponto de descontrolo total nesta pandemia e há aqui, desde logo então, uma responsabilidade a assacar ao Governo nessa matéria. Mas, hoje não é dia para assacarmos responsabilidades, hoje é dia para percebermos o que poderá ser feito", afirmou o candidato apoiado pela Iniciativa Liberal (IL).
O candidato liberal à Presidência da República falava aos jornalistas em Lisboa, junto ao Mosteiro dos Jerónimos, após a reunião no Infarmed sobre a situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal, à qual assistiu por videoconferência.
"A verdade é que chegamos a um ponto na saúde em que poderemos enfrentar um colapso", referiu.
Tiago Mayan disse que se está "numa situação que é entre a espada e a parede" e considerou ser "preocupante" ter-se "chegado a este ponto".
O candidato sublinhou que queria ter percebido "quais as medidas de confinamento concretas que o Governo se propõe a fazer" e isso, frisou, "não foi esclarecido ainda".
"E não está, de todo, esclarecida a resposta que o Governo dará em relação a cumprir o contrato social que tem com restaurantes, cabeleiros, ginásios, lojas, todo o conjunto de pequenos e médios comerciantes e com os cidadãos, relativamente aos quais o Governo ordenar o confinamento ou a restrição de atividades", afirmou.
13221378
O candidato presidencial disse aguardar as "respostas", mas defendeu que "é absolutamente necessário que o Governo, de uma vez por todas, assuma a responsabilidade das suas decisões e defina, em termos concretos, qual vai ser a forma de compensação direta, imediata e sem burocracias destas atividades e destas pessoas que ficarem confinadas".
"Esta reunião não foi de todo esclarecedora, não sabemos qual será o conteúdo do próximo decreto, não sabemos quais são as medidas concretas de confinamento que o Governo decretará, portanto eu não posso fazer mais declarações relativamente a isso", salientou.
Quanto à campanha eleitoral, Tiago Mayan reafirmou que "será sempre adaptada à realidade do momento e será sempre respeitadora das orientações definidas pelas autoridades de Saúde".
Após a reunião no Infarmed, o primeiro-ministro afirmou que há um grande consenso para que as medidas de confinamento geral a decretar tenham um horizonte de um mês e que Portugal regista uma dinâmica de "fortíssimo crescimento" de casos de Covid-19.
Portugal regista hoje 155 mortos relacionados com a Covid-19, o valor diário mais elevado desde o início da pandemia, e 7.259 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).