A companhia aérea nacional representará um investimento de quatro mil milhões de euros. O candidato liberal preferia investir noutros setores.
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A campanha de Tiago Mayan Gonçalves aterrou no Algarve. No aeroporto de Faro, o candidato da Iniciativa Liberal apontou as fragilidades da TAP, e voltou a defender que na companhia aérea não quer nem mais um cêntimo.
O pricipal destino turístico portugês está a ser muito afetado pela pandemia, e o candidato a Presidente da República volta a apontar o dedo à gestão do Governo.
"A TAP abandonou o país há muito tempo. O Aeroporto de Faro é o exemplo disso, e estamos a falar no mercado turístido de maior relevância: o Algarve. Quando ouvimos dizer que a TAP tem uma enorme relevância no turismo, está aqui o exemplo do contrário", explicou.
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Tiago Mayan diz que a companhia aéra de bandeira abandonou o Algarve, e apontou o caminho de futuro: a privatização. "A TAP pode ser uma empresa viável na mão dos privados. Abre um processo de insolvência, com uma reestruturação, e fará o seu percurso."
A companhia aérea nacional representará um investimento de quatro mil milhões de euros, no âmbito das ajudas públicas anunciadas para os próximos anos. O candidato liberal preferia investir noutras soluções.
"E baixar o IVA da eletricidade para 6%, concretizar seis hospitais que estão no plano de saúde - Lisboa Oriental, Seixal, Alentejo, Madeira e pediátrico do Porto - duplicar o orçamento da PSP e duplicar o orçamento para as universidades. Cada uma destas coisas que vos disse custam mil milhões. Peguem em quatro delas e comparem com o que representa enterrar quatro milhões de euros na TAP", frisou.
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O Governo entende que sem a TAP, Portugal ficaria sem ligações aéreas para as comunidades lusófonoas. Tiago Mayan, no entanto, garante que há outra solução.
"As comunidades chegam aqui. Se há ligações aéras de interesse nacional, podemos concessionar a uma outra companhia aérea. Não precisamos de toda uma estrutura deficitária", refere.
"Estamos a entrar num cenário de guerra"
Sem aviões da TAP no aeroporto de Faro, a comitiva de Tiago Mayan seguiu de carro para Albufeira. Depois de uma visita aos bombeiros voluntários, o candidato a Presidente da República lamentou a situação caótica nos hospitais portugueses.
"Foi um cenário pré-anunciado na reunião do Infarmed. Estamos a entrar num cenário de guerra, é lamentável que tenhamos chegado a este ponto."
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Tiago Mayan aponta o dedo à gestão do Governo, no que toca ao setor da saúde, e volta a apelar a António Costa que acione toda a capacidade de saúde em Portugal, incluindo os hospitais privados.
O candidato apoiado pela Iniciativa Liberal não descarta a requisição civil, mas lembra que, nesta fase, implicará o pagamento da justa compensação.
Aeroporto de Beja é "um elefante branco"
Durante a tarde, o candidato da Iniciativa Liberal esteve em Beja para uma entrevista numa rádio local. Não visitou o aeroporto da cidade, mas lembrou o investimento do Estado na infraestrutura.
Em declarações aos jornalistas, Tiago Mayan Gonçalves comparou o aeroporto de Beja com as grandes obras públicas em Portugal, e fala num "elefante branco".
"O Aeroporto de Beja é um símbolo do que representam as grandes obras públicas no país. Esse rumo, com grandes obras e contratações públicas, é a estratégia que nos trouxe à estagnação económica. A prazo, seremos o país mais pobre da Europa", reafirma.
O aeroporto foi inaugurado em 2011, mas regista atividade quase nula.
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Numa altura em que se fala da construção de um novo aeroporto em Lisboa, Tiago Mayan diz que o Governo tem de olhar para dentro. "Ouvir falar em novos aeroportos quando há infraestruturas disponíveis é preocupante. Um novo aeroporto implica a construção de ligações rodoviárias e ferroviárias", sustenta.
O candidato liberal defende que a estratégia das últimas décadas não trará desenvolvimento para o país.
No segundo dia do novo confinamento, o candidato a Presidente da República dedica o sétimo dia de campanha ao Sul do país, embora com atividades restritas.