O candidato liberal diz que o Governo não está a apoiar devidamente os empresários em plena crise pandémica.
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Tiago Mayan esteve reunido com empresários e associações algarvia. A ação de campanha estava prevista para o passado sábado, quando a comitiva esteve no Algarve, mas foi alterada devido às novas normas com o confinamento obrigatório.
O candidato liberal ouviu 18 empresários de vários setores, como agricultura, hotelaria e restauração, numa ação de campanha que ultrapassou as duas horas.
Um dos empresários que mostrou as dificuldades foi João Sotto Mayor, do movimento a pão e água. Sem apoios do Governo, o empresário revelou que encerrou, esta segunda-feira, um bar no Algarve.
"Fechei um negócio que tinha há doze anos. Trouxe a chave. Tinha este espaço na Quinta do Lago, uma zona sazonal, mas este verão só trabalhei 27 dias. O bar encerrou desde que foi decretado o confinamento", disse.
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Tiago Mayan ouviu, lamentou, e pediu novos apoios ao Governo. Num mercado dependente do turismo, a crise agrava-se a cada dia, e o candidato liberal volta a frisar que o Governo não está a apoiar os empresários.
"As medidas do Governo que decretam limitações severas à atividade, tem de vir acompanhadas do cheque. O Governo tem-no feito num cenário normal de crise, mas estamos num momento excecional, com todos os setores em crise", disse.
O candidato sustentou ainda que "as medidas de escalonamento dos pagamentos por conta, são medidas que se preveem para um quadro de normalidade da economia, mas estamos numa situação excecional em que todo o setor que está em crise".
Francisco Neto, presidente da Assembleia Geral da Associação dos Hotéis e Similares do Algarve, falou na sazonalidade que afeta o Algarve, referiu que este verão "se limitou a dois meses" e que, por causa da situação pandémica, este ano a época turística só deverá arrancar em junho.
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"Quando falamos de bazucas europeias é para aqui que tem de começar a ser canalizada e nomeadamente nos setores mais afetados. Turismo, restauração, hotelaria são claramente os setores mais afetados", salientou Tiago Mayan Gonçalves.
Na sua opinião, a "resposta imediata é injeção direta de capital a fundo pedido nestes setores".
Além da crise financeira e do turismo, os empresários lembraram que está prometido um novo hospital para o Algarve há vários anos. Tiago Mayan puxou pela costela liberal, e deu como solução um investimento privado.
"Para um verão em 2021, as medidas têm de ser tomadas já, e a vertente de saúde é uma delas. É verdade que o hospital demora a ser construído, mas essa solução tem de ser pensada. Faço um apelo à plataforma liberal: nem tudo tem de ser público, também o privado tem de começar a ser incluído", apontou.
Mayan volta a pedir responsabilidade a António Costa
A conversa durou cerca de duas horas, decorreu durante as novas medidas anunciadas por António Costa. O candidato apressou-se a ler o decreto e voltou a apelar ao Governo para "assumir as responsabilidades e pagar a fatura" pelo confinamento.
"Não podem ser sempre os mesmos a pagar a fatura por estas medidas. Tem de ser o Governo a assumir a responsabilidade das decisões e definir de forma direta os apoios aos setores afetados."
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Tiago Mayan adianta que estará ao lado dos portugueses e da solução, mas lembra as exceções que o Governo adotou: "As pessoas fizeram o que o Governo disse que podiam fazer. Não me vão ver a aderir à narrativa de que a culpa é dos portugueses. É inaceitável", afirmou.
Por último, o candidato apoiado pela Iniciativa Liberal recusou comentar os comícios realizados por André Ventura, em pleno período de confinamento, mas revelou que, na última semana de campanha, "praticamente tudo será online".
As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de Covid-19 em Portugal, estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
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