Medicina da Universidade Católica terá no máximo cem vagas e "forte componente tecnológica"
A reitora da Universidade Católica prevê a abertura do curso no próximo ano letivo, e diz que, no máximo, serão abertas cem vagas. Isabel Capeloa Gil também rejeita o "preconceito" de que a formação no privado é alvo.
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Com o limite máximo de cem vagas, o curso de Medicina da Universidade Católica Portuguesa só está previsto para o próximo ano letivo. A reitora Isabel Capeloa Gil explica que que são necessárias obras, e a licenciatura só arranca quando estiverem garantidas todas as condições técnicas, no "timing da conclusão das infraestruturas tecnológicas".
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"Este curso vai ter uma forte componente tecnológica, porque tem uma parceria no domínio das metodologias de ensino médico com a faculdade de Medicina da Universidade de Maastricht. Há ligações e acesso a base de dados que exigem uma estrutura tecnológica de conexão muito robusta a essa universidade."
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Isabel Capeloa Gil diz que o corpo docente já está contratado, na maioria doutorados de instituições portuguesas e estrangeiras. A Universidade Católica pretendia abrir cem vagas, mas o número terá que ser inferior. "A acreditação considera que, no primeiro ano, este número deve ser reduzido, aumentando depois progressivamente até atingirmos as cem. Será, portanto, entre as 50 e as cem, no primeiro ano. Depois estabilizará nas cem vagas, número para o qual o programa académico e toda a infraestrutura foram pensados."
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"Todo o corpo docente está já contratado. São professores que, em termos de habilitações, correspondem às regulamentações da associação de acreditação e da legislação nacional." Haverá, a lecionar no curso, "doutorados em Medicina e nas áreas das ciências básicas, especializados, docentes que já fazem parte do quadro da universidade". Já relativamente aos "professores de Medicina, são todos contratados de novo, e muitos não estão em instituições portuguesas, outros estão, e assinaram o compromisso de transição para a Universidade, com contratos de carreira a full-time".
A reitoria da Universidade Católica não compreende as críticas à abertura do primeiro curso de medicina no privado, e remete a discussão para a "qualidade".
"É um preconceito", defende Isabel Capeloa Gil, até porque: "A abertura da formação em Medicina numa instituição que não recebe financiamento do Estado nunca tinha acontecido em Portugal. Aliás, Portugal é um dos últimos países da Europa, a par com a Grécia, que ainda não tinha formação médica fora do espetro das universidades públicas."
Para a reitora da UCP, "essa discussão, nos tempos que correm, não deveria acontecer em Portugal". Por oposição, "a discussão deveria centrar-se na qualidade".
A reitora da Universidade Católica afirma que quer que todos os que tenham qualidade e mérito para frequentar o curso de Medicina o possam fazer, mesmo que não tenham possibilidades financeiras, e assume o compromisso de conseguir os apoios necessários para todos.