O Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do hospital de Bragança transformou-se num autêntico atelier de costura.
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Por causa da Covid-19, os profissionais que trabalharam no Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do hospital de Bragança substituíram as marquesas por máquinas de costura e começaram a fazer material de proteção para os colegas que estão na frente do combate ao coronavírus.
Foi uma ideia que tomou forma muito rápido. " Sim, houve um colega que pensou em comprar uma, com a vontade que tínhamos em costurar", diz Sandra Neves. A Terapeuta ocupacional acrescenta que " um foi comprar, outro pôs um anúncio do Facebook, outro foi uma pessoa amiga que arranjou, toda a gente aprendeu a costurar naquele serviço".
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Depois das máquinas instaladas passaram à fase de desenhar os moldes. " E tanto desenho saiu que conseguimos fazer o molde das botas e das cogulas. Fizemos o molde e cosemos à máquina. Entretanto tem servido para os médicos, para os enfermeiros e para os fisioterapeutas".
A terapeuta ocupacional acrescenta que "há trabalho para todos", naquela espécie de fábrica. "Uns desenham e outros cortam o molde, no tecido, outros cortam e outros cosem, aquilo parece uma linha de montagem".
Uma iniciativa que surgiu da boa vontade coletiva e da necessidade. " Nós queríamo-nos sentir úteis. Começamos a falar, alguns nunca tinham pegado numa máquina de costura e hoje sabem coser". Sandra salienta que "foi mesmo a necessidade e a vontade de ajudar quem precisa".
Chegam a fazer entre 60 a 80 peças por dia. Por causa do vírus o serviço médico reduziu muito mas Sandra Neves, Terapeuta Ocupacional tem feito as sessões com mais 20 crianças, em casa pela internet.
" É um bocadinho cansativo mas sentimos um agrado por parte dos pais e estão muito recetivos a este tipo de trabalho porque nós suspendemos este serviço dia 13 de março. São crianças que têm alguns problemas de atenção, concentração. É por isso que digo que isto dá muito mais trabalho do que estar no hospital mas, pelo menos, não param na totalidade", conclui.
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E quando não está na costura, Daniela Perdigão, Terapeuta da Fala utiliza o mesmo método com os seus cerca de 50 utentes. "Tem sido um sucesso. Consigo partilhar a tela e fazemos atividades. É quase como se estivéssemos no gabinete. É uma mais-valia para mantermos, sobretudo com as crianças, concentradas, motivadas e colaborantes connosco. E não perdemos o trabalho que estávamos a fazer".
Um vírus que parou serviços hospitalares mas que ao de Medicina Física e de Reabilitação deu ideias de costura e de terapias pela net.