Médicos de saúde pública preocupados com idosos que desconfiam da vacina da gripe
Gustavo Tato Borges defende "este é um fenómeno que tem tendência a crescer" e, por isso, é preciso reforçar a informação sobre a segurança da vacina.
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É com surpresa e preocupação que a Associação dos Médicos de Saúde Pública ficou a conhecer os resultados do estudo do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge. A investigação sobre a vacina da gripe revela que os maiores de 65 anos que optaram por não ser vacinados desconfiavam da vacina ou não acreditavam ser vulneráveis à doença.
Com alguma surpresa, o presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública, Gustavo Tato Borges, considera que este é também um dado preocupante.
"Preocupa-nos porque nós sabemos que o movimento antivacinas coloca dúvidas às pessoas sobre a segurança e eficácia das mesmas e levanta teorias da conspiração sobre os componentes da vacina e que estão a fazer isto para nos prejudicar ou para nos controlar. Quando nós temos uma das populações mais experimentadas em termos vacinais, como é população portuguesa, e somente o grupo etário mais velho a começar a duvidar de uma vacina que é tão normal, tão antiga, tão utilizada de uma forma tão abrangente começa a ser preocupante, porque quer dizer que este movimento antivacinas está a chegar a públicos-alvo mais clássicos e não necessariamente os mais jovens ou pessoas que acabam por ter acesso às redes sociais de uma forma descontrolada. Preocupa-nos porque este fenómeno tem tendência a crescer", explica à TSF Gustavo Tato Borges.
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O presidente da Associação dos Médicos de Saúde Pública defende que é preciso reforçar a informação, algo que já não acontece há algum tempo.
"Nós já não informamos sobre a vacinação da gripe de uma forma cabal há muito tempo e era importante as pessoas também terem acesso de forma transparente à informação de que a vacina é extremamente segura, que a vacina não traz efeitos secundários negativos para a sua vida, para que estas teorias da conspiração não vençam e para que possamos continuar a ser dos povos com melhor cobertura vacinal e maior proteção, porque isso é fundamental para a saúde e para a mortalidade da nossa população", sublinha.
A campanha de vacinação contra a gripe, que será simultânea à da Covid-19, deve começar ainda este mês.