Médicos de saúde pública "tranquilos". Nova versão da Covid-19 "é mais contagiosa, mas não mais perigosa"
Em proporção, a nova versão da Covid-19 apresenta valores de contágio mais elevados em Espanha, diz à TSF Bernardo Gomes, presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública
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Perante o conhecimento da existência em Portugal desde maio da nova versão de Covid-19, denominada Stratus ou XFG, o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP) lembra que a avaliação de risco efetuada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta para que tenha “uma contagiosidade acrescida, mas, aparentemente, não uma perigosidade acrescida”.
Em declarações à TSF, Bernardo Gomes lembra que esta nova versão faz parte de sete variantes que estão a ser monitorizadas nesta altura e, neste caso em concreto, ”pode provocar dores de garganta e mesmo alterações vocais”. “De resto, não parece que cause severidade maior, nem está classificada como variante de preocupação”, acentua. ”Podemos encarar isto com alguma tranquilidade”, assegura.
Além disso, defende o médico, “não há qualquer expetativa de haver dificuldades com a vacina”. O profissional de saúde assegura que esta variante “é uma descendente de outra para a qual as vacinas foram configuradas”. “Devemos manter proteção nos casos mais graves e pessoas vulneráveis, mas em termos de impacto e preocupação não me parece que haja motivo para isso”, considera.
O presidente da ANMSP sublinha que Espanha, “em termos de proporção, tem dos valores mais elevados”. Nesse sentido, “não foi surpresa que [a variante] se começasse a afirmar por cá progressivamente”. Bernardo Gomes lembra que estas estirpes só são conhecidas porque há uma monitorização constante por parte do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA) e das organizações internacionais. ”É mais uma recordação que este vírus continua a evoluir”, conclui.