Depois de muita espera, o médico que não detetou malformações num bebé já respondeu às queixas mais antigas pendentes há anos na Ordem dos Médicos.
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Depois da polémica por causa do bebé que nasceu com malformações graves em Setúbal e de muito esperar, o Conselho Disciplinar do Sul da Ordem dos Médicos recebeu, agora, as respostas do médico Artur Carvalho às outras quatro queixas pendentes há anos, a mais antiga com data de 2013.
O presidente do conselho disciplinar não adianta o conteúdo das respostas, mas confirma, à TSF, que o obstetra finalmente deu a sua versão sobre os casos mais antigos.
Carlos Pereira Alves não avança os tempos de espera concretos, admitindo apenas que foi "demorado" e que esperavam "há bastante tempo".
No entanto acrescenta que pelas regras o médico não estava atrasado porque não existem prazos previstos para os clínicos responderem aos processos abertos pela Ordem dos Médicos depois de receberem queixas dos doentes ou das famílias.
"Nos estatutos não estão previstos prazos de resposta" algo que, admite, devia existir, mesmo que os médicos possam ter as suas razões para se demorarem.
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Sem a resposta dos clínicos ou das instituições envolvidas (por exemplo hospitais ou clínicas) por norma os processos não avançam. Sobre os quatro casos mais antigos que agora têm resposta de Artur Carvalho ficam a faltar as respostas de algumas instituições envolvidas.
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Sobre os outros três casos, mais recentes, nomeadamente o do bebé de Setúbal, ainda estão na fase inicial de instrução com pedidos de informação às pessoas e entidades envolvidas, processos que, espera o Conselho Disciplinar, avancem com urgência e no menor tempo possível.
Recorde-se que perante a polémica o Conselho Disciplinar decidiu há cerca de duas semanas suspender preventivamente, por seis meses, o obstetra Artur Carvalho, argumentando com a "gravidade das infrações imputadas ao médico arguido nos vários processos", com "indícios muito fortes de que efetivamente as cometeu" e com o "risco de continuação da conduta".