"Medida urgente e imediata." Mil migrantes vão ser formados para trabalhar no setor do turismo
O programa "Integrar Migrantes" vai estender-se durante o próximo ano. Os trabalhadores serão integrados, sobretudo, nas áreas de alojamento e restauração. O secretário de Estado do Turismo acredita que "serão uma ajuda preciosa", mas "não serão suficientes" para suprir na totalidade a falta de mão de obra
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O Governo vai formar mil migrantes para trabalharem no setor do turismo. O programa estende-se durante todo o ano de 2025, com uma formação de quatro meses e a integração no mercado de trabalho, em especial nas áreas de restauração e alojamento. Em declarações à TSF, o secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, explicacomo vai funcionar o programa “Integrar Migrantes”.
"Queremos formar mil migrantes durante três meses de formação teórica e mais um mês de formação prática, também em contexto de trabalho, mas depois integrá-los de imediato nas empresas, no sentido de podermos responder à necessidade permanente de técnicos de recursos humanos, sobretudo nas áreas de alojamento, restauração, mas também nas componentes da língua portuguesa e sociocultural. Queremos formar e capacitar estes migrantes, mas queremos integrá-los em pleno naquilo que é hoje a realidade e a comunidade portuguesa, e por isso vamos dar-lhes informação e formação sociocultural para que a sua integração seja plena", explica à TSF Pedro Machado.
Os migrantes interessados devem candidatar-se e, depois, a seleção será feita pela Agência para a Integração de Migrantes e Asilo (AIMA). "Não têm de ter especialidade ou origem pré-definida. Estes cidadãos vão ter uma bolsa de formação na ordem dos 522,50 euros para cada um deles poder suportar e custar aquilo que são as suas despesas para terem acesso à formação", sublinha, alertando que um dos requisitos é ter "a situação de entrada em Portugal regularizada".
O programa vai custar 2,5 milhões de euros, financiados pelo Turismo de Portugal. O secretário de Estado do Turismo reforça que é uma aposta para responder a uma necessidade urgente.
"Portugal precisa de muita mão de obra, especialmente qualificada e capacitada. Estamos a falar e a apontar para um universo de cerca de mil migrantes, quando hoje temos referência quer da Confederação do Turismo de Portugal, quer de várias associações do setor, que as necessidades de mão de obra superam estes mil trabalhadores", assinala.
Pedro Machado acredita que estes mil migrantes são "uma medida urgente e imediata" e acredita que "serão uma ajuda preciosa para suprir a falta de mão de obra". No entanto, "não serão suficientes". "Por isso, vamos seguramente, com a experiência de 2025, intensificar ou reforçar esse plano de formação", acrescenta.
O programa “Integrar Migrantes” vai ser apresentado esta tarde, numa cerimónia que junta o Ministério da Economia, o Turismo de Portugal e a Confederação do Turismo. O programa começa a 1 de janeiro e termina a 31 de dezembro de 2025.