O Governo afirmou repetidas vezes, sobretudo através do novo ministro adjunto do primeiro-ministro, que as medidas aprovadas para a consolidação orçamental visam garantir uma ampla margem negocial para a promoção de um consenso alargado.
Corpo do artigo
Na conferência de imprensa sobre as conclusões da reunião do Conselho de Ministros, o ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, frisou que o consenso que o Governo pretende alcançar com os parceiros sociais e políticos, em particular o PS, se estende à procura de uma agenda para o crescimento e emprego e à política europeia.
«O Governo propôs ao líder da oposição e propõe às principais forças sociais e a todos os partidos políticos a procura de um consenso nacional, não apenas em matéria da consolidação orçamental, mas igualmente na procura de uma agenda para o crescimento e emprego e na formulação da política e da posição de Portugal no contexto do novo modelo de governação económica da Europa», declarou o ministro, aludindo ao encontro de quarta-feira entre o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o secretário-geral do PS, António José Seguro, no qual também participou.
Miguel Poiares Maduro começou por afirmar que as medidas aprovadas no Conselho de Ministros de quarta-feira, que se prolongou até hoje de madrugada, visam "garantir a mais ampla margem de negociação e de promoção de um consenso alargado sobre a melhor forma de Portugal cumprir obrigações a que está vinculado no quadro europeu e no quadro internacional".
O ministro referiu que, ao aprovar novos tetos dos programas orçamentais, o executivo PSD/CDS-PP teve como objetivo cumprir a meta do défice acordada para este ano - 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB) - e, dessa forma, assegurar a oitava 'tranche' de financiamento a Portugal e a concretização da extensão dos prazos de pagamento da dívida.
«Mas, ao mesmo tempo, fazer isso deixando uma ampla margem para negociar quer com o maior partido da oposição, quer com outros partidos políticos, quer igualmente com os parceiros sociais», acrescentou.
O novo ministro adjunto do primeiro-ministro, responsável pela coordenação política do Governo, aproveitou o período de respostas aos jornalistas para reiterar esta mensagem: «Gostaria de frisar que o tipo de medidas que o Conselho de Ministros aprovou visa manter o máximo de abertura e flexibilidade para a promoção de um alargado consenso com os parceiros sociais e o principal partido da oposição nesta matéria».