Medidas para a Grécia são "bastante duras", mas não afetarão Portugal, considera Cavaco
A Grécia terá de adotar medidas "bastante duras" para corrigir a "situação caótica" admite o Presidente da República. No entanto, para Aníbal Cavaco Silva o desenvolvimento de Portugal está a salvo de algum estilhaço grego.
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"Estou convencido de que as medidas bastante duras que a Grécia terá de tomar para corrigir uma situação dramática e uma situação caótica na sua economia e no seu sistema financeiro não afetarão o desenvolvimento económico e social de Portugal", declarou o chefe de Estado.
Cavaco falava no Palácio de Belém após se ter reunido com o Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi.
Para o Presidente da República português, os empresários do país "têm vindo a diversificar os seus mercados, indo muito para além dos mercados da União Europeia", o que é uma mais-valia.
"Começaram a olhar, já há algum tempo, de uma forma muito particular, para as potencialidades de Moçambique", sustentou.
A diversificação de investimentos acaba por reduzir a "vulnerabilidade" da economia de Portugal "em relação a eventos que possam ocorrer na União Europeia", acrescentou ainda o chefe de Estado.
Cavaco falava no dia em que os ministros das Finanças da zona euro deram um acordo de princípio, numa reunião do Eurogrupo por teleconferência, a um empréstimo intercalar de sete mil milhões de euros à Grécia, confirmou fonte europeia à agência Lusa.
O encontro por teleconferência aconteceu depois da votação na noite de quarta-feira das medidas de austeridade exigidas pelos credores no parlamento grego e serviu sobretudo para discutir o empréstimo intercalar, o chamado 'financiamento-ponte' ou empréstimo intercalar, para garantir que a Grécia consiga fazer face aos próximos pagamentos.
Segundo as estimativas, a Grécia necessita de sete mil milhões de euros até à próxima segunda-feira, 20 de julho, quando tem de reembolsar 3,5 mil milhões de euros ao Banco Central Europeu.