No debate quinzenal desta sexta-feira, o primeiro-ministro assumiu a responsabilidade pelas medidas de austeridade e reconheceu que estas não correspondem às promessas eleitorais.
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O primeiro-ministro assumiu a responsabilidade pelas medidas de austeridade anunciadas no âmbito da proposta relativa ao OE para 2012, ao dizer que as «medidas são minhas».
«Não vamos anunciar pacotes de austeridade a seguir a pacotes de austeridade. Mas défice que as obriga não é meu», frisou Pedro Passos Coelho, no início do debate quinzenal desta sexta-feira.
Passos Coelho admitiu ainda que o líder socialista «tem toda a razão» quando diz que as medidas de austeridade surpreenderam os portugueses e não corresponderam às promessas eleitorais.
Numa resposta a António José Seguro, Passos Coelho rejeitou ainda que o seu Governo esteja a sacrificar o crescimento e o emprego, já que o Executivo está a assumir as suas responsabilidades a apresentar uma «proposta de orçamento credível e confiável».
«Aquilo que mais mata o crescimento e o emprego é a mentira e a ocultação quando o país não se apercebe da real situação em que se encontra e quando todos aqueles que são chamados a um exercício de poupança e rigor julgam que estão a viver num mundo que não é aquele que se têm de confrontar», adiantou.
Passos Coelho lembrou ainda que o «INE foi claro: nos primeiros seis meses, Portugal consumiu 70 por cento daquilo que tínhamos para o ano todo em matéria de défice».
«O tempo para as dúvidas sobre as estimativas do desvio acabaram, porque estão patentes nas contas do INE», adiantou o chefe do Governo, ao justificar as medidas de austeridade que não estavam nos planos iniciais do Governo.
«Há mais de mil milhões de euros despesa que não foi ordenada por nenhum membro deste Governo e que precisa de ser corrigida em 2012», concluiu Passos Coelho, que justificou desta forma a necessidade de se ir mais além das exigências da troika.