Medina acusa supermercados de "aproveitamento lamentável" em momento difícil "para todos"
Líder da câmara lisboeta diz que os supermercados estão a querer "ir buscar um pouco mais de negócio".
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O presidente da câmara municipal de Lisboa, Fernando Medina, acusou esta quinta-feira de "aproveitamento" as cadeias de supermercados que tinham manifestado a intenção de abrir às 06h30 nos próximos fins de semana.
O executivo municipal decidiu impedir a abertura de portas dos estabelecimentos comerciais de Lisboa antes das 08h00 nos dois próximos fins de semana, em pleno estado de emergência e de recolher obrigatório.
"Acho lamentável que tenha havido um aproveitamento por parte de cadeias comerciais para, num período tão difícil e em que se exige esforço, solidariedade e trabalho comum", tentarem contornar as regras "a coberto de que estão a prestar o melhor serviço aos clientes", disse em declarações à SIC Notícias.
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Fernando Medina acusa as lojas em questão de quererem "ir buscar um pouco mais de negócio", algo que classifica de "lamentável" numa situação de "dificuldade coletiva para todos".
Sobre a decisão de impedir a abertura dos estabelecimentos comerciais antes das 8h00, o presidente da câmara de Lisboa cita uma "questão de equidade e transparência" para justificar a decisão. "Seria incompreensível que, face à natureza de um estabelecimento ter o nome de supermercado e não de mercearia, um pudesse abrir a uma hora e outro, a outra."
A decisão, reconhece, foi tomada "sem falar com ninguém", face a um anúncio de abertura às 6h30 "também unilateral".
A regra é "geral para todos os estabelecimentos que operam na cidade de Lisboa" e foi tomada perante as "intenções de vários agentes económicos".
Recolher obrigatório a partir das 13h00
Na madrugada de domingo, após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que a circulação estará limitada nos próximos dois fins de semana entre as 13h00 de sábado e as 05h00 de domingo e as 13h00 de domingo e as 05h00 de segunda-feira nos 121 concelhos de maior risco de contágio pelo novo coronavírus.
Segundo o decreto que regula a aplicação do estado de emergência decretado pelo Presidente da República, que entrou em vigor na segunda-feira, são permitidas as "deslocações a mercearias e supermercados e outros estabelecimentos de venda de produtos alimentares e de higiene, para pessoas e animais".
Nestes estabelecimentos, lê-se no diploma, "podem também ser adquiridos outros produtos que aí se encontrem disponíveis".
O Governo decretou também o recolher obrigatório entre as 23:00 e as 05:00 nos dias de semana, a partir de segunda-feira e até 23 de novembro, nos 121 municípios mais afetados pela pandemia.
As medidas afetam 7,1 milhões de pessoas, correspondente a 70% da população de Portugal, dado que os 121 municípios incluem todos os concelhos das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto.
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