Carlos Costa acusa o PS de permitir uma manifestação para o pressionar, mas Medina lembra que "sempre respeitou a Constituição".
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A conversa era sobre política orçamental, mas a pergunta sobre o livro do antigo governador Carlos Costa obrigou Fernando Medina a esclarecer que "não leu, nem tenciona ler" o livro que está a agitar a política portuguesa.
Num evento da CNN Portugal, o ministro das Finanças começou por recusar fazer qualquer comentário ao livro "O Governador", até porque "não deve dar a sua opinião" sobre o mandato de Carlos Costa.
"Não li o livro, nem vou ler. Também não quero comentar, pelas funções que ocupo não o devo fazer. Pelo menos, neste momento", justificou.
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No livro, o antigo governador acusa a Câmara Municipal de Lisboa de permitir uma manifestação de lesados do BES junto à sua casa. Na opinião de Carlos Costa, foi uma das formas para o PS pressionar o Banco de Portugal.
Na altura, a autarquia da capital era liderada pelo Executivo socialista, com Fernando Medina como presidente, que lembra "a relação dos municípios com manifestação": "Não têm poder para proibir".
"É, de facto, uma vantagem não ter lido o livro, nem sabia que isso aí estava", começou por dizer, recordando que as manifestações "já foram muito escrutinadas enquanto presidente da Câmara". Na altura, foi criticado por não ter proibido uma manifestação junto ao Estádio de Alvalade ou "outros casos tristemente célebres".
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Fernando Medina garante que, enquanto autarca, o entendimento "sempre foi o mesmo" e "nem sabia que essa manifestação tinha acontecido", sempre "ao abrigo da Constituição".
Sem querer comentar, o ministro das Finanças lá acabou por dizer que esse "é mais um dos equívocos que o livro contém". Ainda assim, "não leu, nem conta ler".