O Pacto Mais e Melhores Empregos para os Jovens estipula que as empresas se comprometem, até 2026, "a reforçar a aposta em diversos indicadores, nomeadamente a contratar e a reter jovens trabalhadores, a garantir emprego de qualidade para os jovens, a formar, desenvolver e a dar voz aos jovens".
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Meia centena de empresas com faturação superior a 55 milhões de euros vão assinar esta quinta-feira um pacto para promover um reforço do emprego jovens e das condições de emprego atrativas para este segmento etário.
O Pacto Mais e Melhores Empregos para os Jovens, promovido pela Fundação José Neves e pelo Governo, estipula que as empresas se comprometem, até 2026, "a reforçar a aposta em diversos indicadores, nomeadamente a contratar e a reter jovens trabalhadores, a garantir emprego de qualidade para os jovens, a formar, desenvolver e a dar voz aos jovens".
Esta iniciativa tem como objetivo garantir mais 19% de jovens nos quadros das empresas daqui a três anos. O compromisso é assumido por Carlos Oliveira, da Fundação José Neves.
"Aquilo que as empresas signatárias estão a comprometer-se até 2026 é contratarem e reter jovens trabalhadores com um conjunto de indicadores concretos, garantir emprego de qualidade para os jovens, formar e desenvolver os jovens e dar voz aos jovens. Semestralmente, também com a presença do senhor Presidente da República, vamos discutir estas matérias, perceber o que é preciso fazer, e anualmente vamos reportar o estado de execução do pacto e como está a ser o comportamento das métricas que, agregadamente, definimos para as empresas", explica à TSF Carlos Oliveira.
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As 50 grandes empresas são de setores como a banca, telecomunicações e turismo, que, no total, têm uma faturação de mais de 55 mil milhões de euros. Carlos Oliveira garante que não há qualquer contrapartida para as empresas que assinam o pacto.
"Não há nenhum tipo de benefícios. As empresas decidiram aderir ao pacto porque acreditam na importância daquilo que o pacto pretende fazer, que é dar mais e melhores empregos aos jovens, seja porque os jovens são o futuro do país e precisam de ter a oportunidade de que as suas competências sejam postas à disposição do país, seja porque as empresas podem ter um benefício com a entrada de jovens para os seus quadros", sublinha.
"Estas primeiras 50 empresas foram convidadas pela dimensão e impacto que têm nos seus setores e por poderem servir de demonstração do impacto que o pacto quer ter ao país", acrescenta.
Entre as 50 empresas incluem-se a Altice, a Bial, o BPI, a Brisa, os CTT, a EDP, a Galp, a NOS, a REN, o Santander, a SIBS ou a The Navigator Company.
"As entidades signatárias do Pacto reconhecem a urgência em atuar de forma estratégica e em unir esforços no sentido de promover o emprego dos jovens e de criar condições de emprego mais atrativas para estes, alinhadas com as expetativas individuais e nacionais", explica a José de Neves, em comunicado.
Segundo esta informação, "a secretaria de Estado do Trabalho propõe reforçar as políticas ativas de emprego, como o apoio à criação de emprego e à transição dos jovens para o mercado de trabalho, assim como a implementação de políticas de formação, qualificação e emprego, para continuar a trajetória que aproxime Portugal da média europeia".
Além do compromisso em aumentar a percentagem de jovens nas novas contratações e nos que ficam nas empresas, estipula-se o compromisso de garantir emprego de qualidade, refletido no aumento da "percentagem de jovens com ensino superior com salários de valor mínimo equivalente ao nível remuneratório correspondente à entrada na carreira geral de técnico superior" e "a percentagem de jovens trabalhadores com contratos sem termo", bem como a "aumentar a percentagem de jovens com ensino superior que desempenhem funções adequadas ao seu nível de qualificação".
Está previsto também "assegurar que, pelo menos, 50% dos jovens trabalhadores participaram em ações de formação efetivas com o apoio da empresa, nos três anos anteriores a 2026", bem como "integrar estagiários jovens na empresa e/ou criar oportunidades para formação em contexto de trabalho para alunos que estão em formação profissional no ensino secundário ou superior", assim como "dar voz aos jovens" nas empresas.
O pacto, que surge na sequência do lançamento do "Livro Branco" pela fundação em dezembro do ano passado, prevê uma reunião semestral para "monitorização, análise do trabalho realizado e partilha de boas práticas", com a presença do Presidente da República, do Governo e das empresas.
O objetivo é alargar o número de empresas signatárias, para "transformar esta iniciativa num movimento nacional", pelo que a adesão ao pacto poderá ser feita posteriormente no site da Fundação José Neves.
São considerados os jovens até aos 29 anos, inclusive, e as metas de progresso até 2026 são diferenciadas de acordo com a margem de progresso potencial de cada empresa, pelo que os compromissos de progresso poderão variar entre os três pontos percentuais (pp.) e os 12 pp. nos vários indicadores, explica a fundação.
* Notícia atualizada às 07h33