Os ministros da União Europeia com tutela das pescas concluíram esta manhã uma maratona de dois dias para decidirem as quotas de pesca para o próximo ano
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Em 2021, os armadores portugueses vão ver ligeiramente reduzido o total admissível de captura da pescada, que sofrerá um corte de 5% por cento face a este ano. Ainda assim, "corresponde uma quota nacional de 2.495 toneladas", anunciou o Governo, num comunicado emitido em Bruxelas, em que salienta a "capacidade de negociação" mantida nos dois dias, tendo sido possível argumentar contra o corte de "12,7% como proposto pela Comissão [Europeia]".
Esperavam-se também cortes significativos na captura do linguado. Estava previsto uma quebra de 41,5%, relativamente a esta espécie. Mas as longas horas de negociações permitiram fixara a "redução em 20%". Os armadores vão ter disponível uma "quota nacional de 428 toneladas", no caso do linguado.
"Foi reconhecida a argumentação portuguesa de que a proposta inicial se encontrava desajustada à realidade deste stock, que contempla, não apenas uma, mas várias espécies de linguado", afirma o Governo, na nota divulgada em Bruxelas.
"Quanto ao peixe espada preto, foi decidida uma redução de 20%, em contraponto à percentagem de 25% proposta pela Comissão, utilizando a flexibilidade prevista no Plano Plurianual das Águas Ocidentais, tendo sido estabelecida uma quota nacional de 2.241 toneladas", continua o texto.
Em matéria de negociações internacionais, das quais dependem parte das quotas da União Europeia, estabeleceu-se em definitivo as quotas relativas ao Atlântico Noroeste, "apenas com uma quota de 1.500 toneladas de bacalhau na área da Organização de Pescas do Atlântico Noroeste".
"O Ministério do Mar continua empenhado em trabalhar em estreita cooperação com o setor para assegurar uma atividade de pesca sustentável, rentável e duradoura, fazendo, para tal, uso de todos os instrumentos disponíveis e em linha com o Objetivos de Desenvolvimento Sustentável", lê-se no texto.