"Mentiu deliberadamente". Inspetores do SEF exigem demissão de Eduardo Cabrita
Em causa declarações do ministro no Parlamento sobre papel da PSP e GNR nas fronteiras.
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O maior sindicado do SEF pede a demissão imediata do ministro da Administração Interna.
Numa posição inédita desde a morte do ucraniano Ihor Homeniuk no aeroporto de Lisboa e do plano apresentado pelo governo para extinguir o SEF, o Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras exige que Eduardo Cabrita seja demitido.
Em declarações à TSF, o presidente do sindicato acusa o Ministro de ter mentido esta quarta-feira no Parlamento, ao ser ouvido na Comissão Parlamentar dos Assuntos Constitucionais.
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"O ministro afirmou publicamente que já hoje a PSP e a GNR estão no controlo de fronteiras terrestres e aéreas e isso é falso e ele tem a consciência que é falso", diz Acácio Pereira, para quem Eduardo Cabrita "mentiu deliberamente", passando "todas as linhas vermelhas" ao "mentir aos deputados e mentir aos cidadãos".
As funções da PSP e da GNR nas fronteiras são apenas de "colaboração com o SEF", garante Acácio Pereira que afirma que por lei o controlo de fronteiras é "exclusivo do SEF".
O Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização está convencido que o ministro está a tentar desvalorizar o SEF com o objetivo de se salvar a ele próprio e evitar a sua própria demissão.
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"Nunca a permanência de um ministro em funções fez tanto mal à segurança de um país, ao controlo de fronteiras e ao prestígio do Estado português", afirma Acácio Pereira que defende que "o SEF e o país estão a pagar a fatura de Eduardo Cabrita não ter feito nada, absolutamente nada, durante oito meses para corrigir a falta de investimento do SEF depois da morte do cidadão ucraniano no aeroporto de Lisboa em março de 2020".
Segundo os inspetores, a GNR e a PSP estão presentes como habitualmente nas fronteiras, portos e aeroportos com as suas funções próprias, mas nada disso tem a ver com o controlo de fronteiras que é assegurado pelos inspetores do SEF com funções que lhes são exclusivas.