O Movimento Esperança Portugal (MEP) vai ser extinto enquanto partido político, mas continuará a sua missão enquanto movimento cívico, uma decisão tomada pelos militantes que se reuniram no Porto.
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Em comunicado enviado pelo MEP, fundado pelo antigo alto-comissário para a Imigração e Diálogo Intercultural, Rui Marques, em 2008, os resultados do partido nos quatro actos eleitorais em que participou e o sistema político-mediático existente são apontados como as causas para a extinção.
«Em quatro anos de vida e outros tantos actos eleitorais, o MEP não alcançou a confiança do número suficiente de eleitores para que tivesse voz parlamentar, objectivo essencial para uma intervenção política eficaz numa democracia representativa, tirando daí as devidas consequências», adianta o comunicado enviado hoje à Lusa.
Ao mesmo tempo, critica, «o sistema político-mediático construído para manter o 'status quo', bloqueando de várias formas todas as tentativas de renovação do sistema partidário português».
«O MEP, com os seus militantes e simpatizantes, tentou com todo o empenho e entusiasmo, construir uma alternativa credível de um novo partido. Com quatro anos de experiência efectiva, ficou claro para os seus membros que a renovação da política através da criação de novos partidos é, actualmente, inviável», acrescenta o partido, que estava sem líder desde Junho, altura em que Rui Marques se demitiu, na sequência dos resultados obtidos nas Legislaturas de 2011.
Os militantes do MEP decidiram ainda «continuar a lutar pela renovação da política em Portugal, com a marca da árdua esperança, de forma a continuar a servir o bem comum, motivação que a todos continua a inspirar».
«Não desistem de Portugal, só mudam de forma de intervenção», dizem, explicando que o MEP continuará a sua missão enquanto movimento cívico.
O património simbólico e ideológico do MEP será transferido para uma associação cívica, com a mesma designação, que actuará no domínio dos movimentos cívicos, no seio da sociedade civil, contando desde já com a participação da esmagadora maioria dos actuais membros.
O MEP foi reconhecido como partido político português a 23 de Julho de 2008, tendo o antigo alto-comissário para a Imigração e Diálogo Intercultural, Rui Marques, sido o dinamizador do projecto constituído por 60 cidadãos com o objectivo de »transmitir esperança».
O partido apresentou-se, pela primeira vez, a eleições em Junho de 2009, concorrendo às Europeias apresentando como cabeça de lista Laurinda Alves e concorreu também às eleições legislativas no mesmo ano.