Mês dramático no SNS? Até agora, "funcionamento em rede" deu "resposta plena aos doentes"
Apesar de reconhecer "algum incómodo" para doentes e prestadores, o ministro da Saúde sublinha que o "funcionamento em rede" dos serviços tem garantido capacidade de resposta.
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O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, reconhece esta sexta-feira os constrangimentos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas garante que até ao momento os serviços têm dado "resposta plena aos doentes" e é necessário "deixar essa mensagem de tranquilidade".
Manuel Pizarro falava aos jornalistas à entrada do seminário anual do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, na Fundação Calouste Gulbenkian.
"Ate ao momento temos sido capazes. Graças ao funcionamento em rede dos nossos serviços, ainda que com algum incómodo para os nossos doentes e prestadores, a verdade é que temos sido capazes de dar uma resposta plena aos doentes", afirma.
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Sobre o pacto entre o setor público e privado que o líder do PSD, Luís Montenegro, tem apelado, o ministro da saúde responde que essa medida já existe: "Desde o início que prevíamos o recurso as maternidades do setor privado sempre e quando a capacidade de resposta fosse ultrapassada nos serviços São Francisco Xavier e Santa Maria. Temos feito esse recurso sempre que necessário e quero deixar essa mensagem de tranquilidade."
Para sábado está agendada uma nova ronda de negociações entre o Ministério da Saúde e os sindicatos dos médicos. Há meses que ambos tentam chegar a acordo, mas sem sucesso. Os médicos têm agudizado a luta, com greves e declarações de escusa ao trabalho extraordinário além das 150 horas anuais obrigatórias, o que tem provocado constrangimentos e fecho de serviços de urgência em hospitais de todo o país.
Manuel Pizarro mantém a postura e, questionado se será amanhã o dia do acordo, apenas afirma que a pressão está "nos profissionais que colocam as urgências a trabalhar".
"O Governo tem feito um diálogo de boa fé e com uma evolução assinalável", conclui.
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A crise na Saúde levou o diretor-executivo do SNS, Fernando Araújo, a admitir que novembro poderá ser dramático, caso o Governo e os sindicatos médicos não consigam chegar a um entendimento.