"Migalhas e penso rápido." Inquilinos e proprietários criticam propostas de Pedro Nuno para habitação
À TSF, Luís Menezes Leitão defende que o novo secretário-geral do PS continua com "as mesmas medidas absolutamente absurdas" de quando era responsável pela pasta da Habitação.
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A Associação Lisbonenses de Inquilinos e a Associação Lisbonense de Proprietários condenaram esta segunda-feira a proposta do novo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, de um novo indexante de atualização das rendas que tenha em conta a evolução dos salários.
"O problema central não é a atualização das rendas anual. O problema central é a falta de habitação. São as rendas caras e especulativas", começou por dizer à TSF, o secretário-geral da associação de inquilinos, António Machado.
Para António Machado, a crise na habitação "tem ser atacada através do de regulação do mercado e de política fiscal" e, por isso, atirou, aquilo que Pedro Nuno Santos propôs são "migalhas e uma espécie de penso rápido".
"É uma pequena medida para os grandes problemas da habitação e do arrendamento", insistiu.
Também em declarações à TSF, Luís Menezes Leitão disse que o objetivo de Pedro Nuno é "assustar imediatamente os proprietários" com "medidas absurdas".
"Qualquer pessoa pode ver o absurdo desse tipo de proposta. Se, por exemplo, os supermercados ou os postos de combustível tivessem que fixar os preços com base no rendimento dos clientes, o resultado prático é que fechavam todos imediatamente. Com a propriedade é exatamente a mesma coisa", sublinhou.
Menezes Leitão defendeu ainda que Pedro Nuno Santos continua com "as mesmas medidas absolutamente absurdas" de quando era responsável pela pasta da Habitação.
No último dia do congresso Nacional do PS, o novo secretário-geral salientou que está em curso "a maior reforma" do setor, com a construção e reabilitação de 32 mil fogos até 2026, mas defendeu que, no curto prazo, "é também preciso regular melhor o mercado", salientando que nos últimos as "rendas tiveram grandes aumentos, insustentáveis para muitas famílias".
"Para fazer face a esta situação, é nosso objetivo definir, com o Instituto Nacional de Estatísticas (INE), um novo indexante de atualização das rendas que tenha em consideração a evolução dos salários", anunciou.
Pedro Nuno Santos indicou que, quando a inflação for "igual ou inferior" a 2%, a atualização das rendas se vai manter igual à de hoje, mas, se for superior a esse valor, "terá de ter em linha de conta a capacidade de as pessoas as pagarem, capacidade essa que é medida pela evolução dos salários".
"Ou seja, em anos de inflação elevada, em anos de inflação elevada, a evolução das rendas não pode estar desligada da evolução dos salários", sintetizou.
