
No Parlamento, o ministro dos Assuntos Parlamentares Miguel Relvas pediu, esta manhã, aos deputados um largo consenso em torno da reforma do poder local.
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O verbo desdramatizar deve ser rei e senhor na reforma administrativa. É com esta ideia que Miguel Relvas, o ministro que lidera o processo, pisca o olho a todos os partidos.
«Nós queremos gerar consensos nesta reforma, nós queremos que esta não seja a reforma da maioria que suporta o Governo, mas que possa ir mais longe. Os desafios que se colocam ao poder local não se esgotam na maioria que sustenta este Governo», afirma Miguel Relvas.
Do maior partido da oposição, o PS, o Executivo social-democrata ouve um sim pela voz do deputado Mota Andrade.
«Eu espero e o partido socialista deseja que todas as leis que se venham a aprovar nesta matéria sejam aprovadas com grande consenso para não ficarem sujeitas a maiorias de ocasião», adianta.
Miguel Relvas regista abertura socialista, mas esclarece que a conversa será a três vozes.
«Esta será uma matéria não entre o PSD e o PS, mas entre a maioria, estamos casados e bem casados com o CDS e por isso o projecto de lei será sempre apresentado pela maioria», adianta.
Num casamento que recorda o deputado popular Aldino Bessa tem algumas condições: «O CDS está disponível para essa solução, mas que seja justa e racional».
O ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares não acusa o toque e acrescenta que o choque reformista que o Governo aprovou deve ser um choque de eficiência.
Paula Santos, do PCP, desconfia: «Estas medidas que o senhor ministro aqui coloca além de visarem atacar o poder local democrático, visam atacar os serviços públicos e desta forma não vão servir melhor as populações. Por isso não entendemos o conceito de eficiência».
A resposta não falha: «Se eu mostrasse aqui algumas câmaras do seu partido, o número de dirigentes, as dívidas à ADSE... eu não faço isso porque ainda acredito que é possível encontrámos um entendimento».
Miguel Relvas insiste que o Governo está de braços abertos e pede aos comunistas que não partam com o pé atrás para a reforma administrativa, sendo certo que com ou sem eles o processo avança e o Executivo promete tê-lo concluído em Junho do próximo ano.