Milhares de animais mortos no Alentejo. CAP pede ao Governo apoios para doença da língua azul
O baixo Alentejo é a região mais afetada, mas a doença já chegou à Beira Baixa
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A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) apela para que o Governo tome medidas rápidas para apoiar os agricultores que viram as suas explorações agropecuárias afetadas pela doença da língua azul.
Numa carta enviada ao Executivo, além de pedir apoio financeiro para a vacina e medidas compensatórias (à semelhança do que está a fazer o Governo espanhol), a CAP pretende que o Executivo avance com iniciativas preventivas.
“Temos de evitar que isto aconteça no ano seguinte”, enfatiza o secretário-geral da CAP.
“Se isto é um mosquito, há que fazer em março e abril do próximo ano ações de desinfestação para evitar que a doença tenha esta expressão que teve este ano com milhares de animais mortos”, preconiza Luís Mira.
O dirigente da confederação lembra que esta é uma doença exclusiva dos animais, que atinge sobretudo ovelhas, e a transmissão só é feita através do mosquito, pelo que não se propaga de animal para animal e não se transmite ao homem.
Luís Mira esclarece que a doença está com uma incidência Grande no Alentejo (sobretudo no Baixo Alentejo) e também na Beira Interior devido às temperaturas mais altas que se fizeram sentir mais na semana passada.
Na região Norte, onde há temperaturas mais baixas, a doença não se está a manifestar. ”Só na semana passada, por dia, recolheram-se praticamente dois mil animais mortos. O sistema de recolha de cadáveres já não conseguia aguentar com tantas mortes, porque não é normal“, acrescenta.
A febre catarral ovina, chamada de doença da língua azul, provoca febre e um inchaço na língua dos animais, levando-os a deixar de comer. Provoca também abortos nas ovelhas e, mesmo que os borregos nasçam, vêm infetados e não conseguem mamar, o que origina a sua morte.
A TSF pediu esclarecimentos à Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, mas não obteve resposta.
O novo serotipo 3 do vírus que provoca a doença foi detetado pela primeira vez em meados de setembro, no distrito de Évora, tendo alastrado desde então a todo o Alentejo.