A Força Aérea detetou 99 falhas de segurança na manutenção dos helicópteros que o Estado comprou para combater incêndios.
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De acordo com o jornal Publico, a auditoria da Força Aérea passou a pente fino os documentos referentes à manutenção dos Kamov desde outubro de 2014 a maio de 2016 - o período em que essa tarefa coube à Autoridade Nacional de Proteção Civil.
A Inspeção Geral da Administração Interna pegou no relatório da Força Aérea e foi à procura dos responsáveis. Conclui que 3 pessoas falharam e falharam muito. Deixaram passar 99 deficiências técnicas. Sobretudo problemas de manutenção e de controlo de qualidade.
O Diretor Nacional de Recursos da Proteção Civil, um coronel vindo da GNR, admite que não aprovou qualquer plano de auditorias. A IGAI destaca que não houve, nomeadamente, auditorias de qualidade entre fevereiro de 2014 e maio de 2015. Estas auditorias são obrigatórias, esclarecem se as aeronaves estão aptas a voar em segurança.
O Diretor de Serviços de Meios Aéreos, um tenente - coronel, é acusado de ter deixado passar - sem avaliar nem corrigir - grande número de problemas técnicos que comprometiam a operacionalidade dos helicópteros.
O Presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, o major-general Grave Pereira, merece uma recomendação de processo disciplinar por violação do dever de zelo. É acusado de não ter cumprido, escreve o Publico, "a obrigação de gestão de forma integrada dos dispositivo de meios aéreos".
Em sua defesa, o major - general, alega que não tinha na proteção civil pessoal preparado para inspecionar os Kamov.
Os 3 militares apresentaram demissão na sequencia das conclusões da Inspeção-Geral da Administração Interna. Todos são alvo de processo disciplinar. O relatório da IGAI foi ainda remetido ao Ministério Público que já tinha em curso um inquérito á manutenção e reparação dos Kamov.
Dos 6 helicópteros comprados em 2012, um teve um acidente e dois estão para reparação. Inicialmente, a manutenção era feita pela Empresa de Meios Aéreos, uma empresa pública extinta em 2014. A Everjets, do empresário Domingos Névoa ganhou o concurso para fazer a operação e manutenção dos Kamov em maio passado.