"Ação nenhuma esta fora do quadro", incluindo protestos na rua. Associação Nacional de Sargentos garante que tudo será "devidamente ponderado e avaliado em cada momento".
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Os militares admitem subir o tom da contestação por melhores carreiras. Numa altura em que PSP e GNR exigem a mesma valorização salarial que já foi aplicada à Polícia Judiciária, o jornal Expresso escreve esta sexta-feira que os militares se sentem esquecidos pelos políticos.
Ouvido pela TSF, o presidente da Associação Nacional de Sargentos, António Lima Coelho, aconselha o poder político a não esperar por protestos para dar respostas aos problemas do setor.
“Desejaria que os nossos responsáveis políticos não estivessem à espera de visibilidade de protesto por parte destes profissionais, destes cidadãos que envergam uniformes, para se aperceberem que têm de dar alguma atenção.”
Sobre o tipo se medidas de luta que se podem esperar da parte dos militares, António Lima Coelho garante que não haverá lugar para “aventureirismos”.
“Ao longo dos anos nós, associações, temos sido suficientemente imaginativos e criativos para demonstrar mal-estar em determinadas situações (...) Porém, nenhuma ação nenhuma esta fora do quadro e tudo tem de ser devidamente ponderado e avaliado em cada momento.”
“Uma coisa é certa: os militares não entram em aventureirismos e têm, acima de tudo, a consciência de que os cidadãos portugueses a eles confiaram os meios letais para a defesa militar da República. E exatamente com esta elevada consciência souberam sempre encontrar os caminhos para demonstrar o seu mal-estar naquilo que é o compromisso com a Constituição que juramos.”
António Lima Coelho assume que sair à rua, como já aconteceu no passado, depois das eleições é uma hipótese que está a ser ponderada.
"Gostaríamos de não ter de chegar a tal limite e gostaríamos que aquelas palavras bonitas que governantes, chefes militares, Presidente da República, repetidamente dizem acerca dos militares se materializassem em factos e em atos, e não apenas em discursos de circunstância.”
O presidente da Associação Nacional de Sargentos sublinha que os suplementos como o que está a ser pago na PJ não é suficiente para valorizar as Forças Armadas.
O atual “regime remuneratório é profundamente elitista, classista e está completamente obsoleto”, pelo que precisa de “uma revisão séria", defende.
“Por outro lado, há uma série de suplementos, e de reconhecimento de missões de grande risco, que continuam por ser devidamente atualizadas”. É o caso dos inativadores de engenhos explosivos “que há mais de 40 anos se batem por ver isto regularizado”.
“Já houve despachos determinados comandantes das forças terrestres, mas depois fica tudo suspenso por um despacho de um Chefe de Estado Maior ou por um despacho governativo. Não é possível, não é desejável, tratar aqueles que, no limite, dão a vida se necessário, desta forma.”
