O coronel Pereira Cracel, da Associação dos Oficiais das Forças Armadas, diz que os militares estão insatisfeitos e entendem mesmo que as Forças Armadas estão em causa.
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As associações que representam os oficiais, sargentos e praças das Forças Armadas reúnem-se, este sábado, em Lisboa, para decidir formas de luta decorrentes do seu descontentamento.
Em declarações à TSF, o coronel Pereira Cracel, da Associação dos Oficiais das Forças Armadas, explicou que a insatisfação é muita e que os militares pensam que as Forças Armadas estão em causa.
Este coronel entende que os militares se sentem «afrontados na condição militar e dignidade» no âmbito de um processo que está a correr de desmantelamento de pessoal».
«São as próprias Forças Armadas que começam a estar em causa e, por via disso, os próprios militares vêem a sua condição militar condicionada», acrescentou.
Pereira Cracel adiantou ainda que os militares querem «fazer ver aos governantes que as Forças Armadas, como entidade ou instituição que é o último garante da soberania da nação, deve ser resguardada de processos ou intenções que estejam em curso».
Este coronel aproveitou ainda para lembrar que as «promoções», que são a «matriz do funcionamento das Forças Armadas», estão na base do descontentamento dos militares.
«Há uma infinidade de situações que nos fazem crer que está em curso uma plano de descaracterização e até desarticulação das Forças Armadas», acrescentou.
Pereira Cracel lembrou ainda a situação da assistência na doença aos militares, onde, segundo o Orçamento de Estado, os «militares devem pagar a sua própria saúde operacional».
«Isto é qualquer coisa de impensável. São razões entre outras, porque não há só estas, que deixam os militares altamente preocupados e indignados», concluiu.