Ministério da Cultura quer acabar com bilhetes grátis para turistas nos museus
Apesar de defender uma "democratização do acesso à cultura", o ministro Pedro Adão e Silva considera ser preciso refletir.
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O ministro da Cultura disse esta sexta-feira ser preciso refletir, pois os monumentos "não aguentam tanta gente no seu interior". Pedro Adão e Silva admitiu querer acabar com os bilhetes gratuitos para turistas nos museus nacionais e rever a lei do mecenato.
"Eu tenho insistido muito na questão da democratização do acesso à cultura. Há muitos descontos, muitas gratuidades e devem manter-se e até se podem alargar para os residentes em território nacional, mas há uma reflexão a fazer sobre se os turistas devem beneficiar de algumas gratuitidades", afirmou o ministro da Cultura, no final de uma apresentação pública, em Lisboa, sobre a reorganização do setor do património cultural.
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Pedro Adão e Silva detalhou ainda que, a partir de 1 de janeiro de 2024, a Direção-Geral do Património Cultural vai dar lugar a duas entidades distintas: o instituto público Património Cultural, com sede no Porto, e a empresa pública Museus e Monumentos de Portugal, com sede em Lisboa.
Sobre o futuro dos trabalhadores, o responsável pela pasta da Cultura disse que "vai haver um período de audição muito brevemente" e que os "trabalhadores são livres de pedir mobilidade para outro serviço".
Outra alteração pretendida pelo Ministério da Cultura é aumentar a envolvência do setor privado no apoio ao património nacional, através da criação de um "ambiente favorável em várias dimensões".
"Já anunciei que promoveria uma revisão da lei do mecenato, mas não só, um ambiente mais favorável para o investimento em cultura. Mas cada coisa a seu tempo", sublinhou o ministro.
A lógica empresarial para os museus e monumentos é, segundo Pedro Adão e Silva, para que os diretores desses espaços e equipamentos tenham "condições efetivas para autonomamente programar e promover a internacionalização das coleções".
A empresa pública Museus e Monumentos de Portugal, com sede em Lisboa, fica responsável pelos museus, palácios e monumentos nacionais que têm à sua guarda tesouros nacionais, coleções de referência, e pelos monumentos ou conjuntos inscritos na Lista do Património Mundial da UNESCO.