O Ministério da Educação mandou investigar uma denúncia de alegadas utilizações de escolas por parte de empresas privadas que tentam vender formação de inglês para ajudar os alunos a fazer o exame do 9.º ano.
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A denúncia surge em vários blogues, que descrevem situações que estarão a ocorrer em escolas públicas e onde várias famílias estarão a ser convencidas a assinar contratos de fidelização de três anos com empresas privadas que se oferecem para ensinar inglês aos alunos que este ano realizam pela primeira vez o exame do 9.º ano do Cambridge.
Contactado pela agência Lusa, o Ministério da Educação e Ciência diz não ter conhecimento das situações descritas, mas pediu à Inspeção-geral da Educação e Ciência para averiguar.
Segundo o que é descrito na denúncia, as famílias começam por ser contactadas por telefone, «com a conivência de alguns diretores de escolas públicas».
De seguida, «'doutoras' extremamente simpáticas convidam as famílias a comparecerem na escola».
«Com a promessa de soluções milagrosas para o insucesso escolar dos filhos e de os preparar convenientemente para o 'importantíssimo exame de inglês do Cambridge, utilizando técnicas de marketing irresistíveis, os pais quase assinam de cruz um contrato de fidelização de 36 meses com pagamento por débito direto», lê-se na denúncia.
Acrescenta ainda que este tipo de situações estará a ocorrer em escolas de Espinho, Vila Nova de Gaia, Penafiel, Covilhã, Porto, Viseu, Lisboa, Vila Franca de Xira, Póvoa de Santa Iria, Almada e Portimão.
Contactado pela Lusa, o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) alertou os encarregados de educação de que não precisam de recorrer a serviços exteriores para os alunos fazerem o exame de Inglês, uma vez que as escolas estão preparadas para apoiar os alunos.