Ministério "não censura" grupos técnicos após recuo nos critérios de avaliação que incluiam abortos
A ministra da saúde, Marta Temido, diz que cabe ao ministério promover o debate sobre os direitos das mulheres, mas também da liberdade após o recuo da proposta dos novos critérios de avaliação nas Unidades de Saúde Familiar modelo B (USF-B).
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Marta Temido, afirmou, esta quinta-feira, durante uma visita à Unidade de Hospitalização Domiciliária do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, que "o Ministério da Saúde não faz censura dos grupos técnicos".
A Ministra da Saúde falou aos jornalistas, à margem da visita, no âmbito do Dia Internacional do Enfermeiro, sobre o recuo da proposta dos novos critérios de avaliação nas Unidades de Saúde Familiar modelo B (USF-B).
"Os critérios técnicos são propostos pelo grupo técnico", explica Marta Temido, "se o grupo entendeu rever um dos indicadores propostos, o Ministério da Saúde acompanha o trabalho e o que são as suas propostas".
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Questionada sobre se poderia acompanhar o pedido de desculpa dos grupos técnicos às mulheres, a ministra da saúde diz que "foi feito um pedido de desculpa por quem fez esta proposta, um grupo técnico" e, por isso, "não cabe ao Ministério da Saúde censurar", mas sim promover o debate sobre os direitos das mulheres, mas também da liberdade.
Esta quarta-feira, ficou conhecida uma proposta para que os médicos de famílias com utentes que fizerem aborto voluntário pudessem vir a ser penalizados caso o Governo aceitasse uma proposta com novos critérios de avaliação nas Unidades de Saúde Familiar modelo B (USF-B).
De acordo com o jornal Público, os médicos de família, assim como os restantes elementos das equipas, podem vir a ser avaliados por interrupções voluntárias da gravidez (IVG) realizadas pelas utentes da sua lista e pela existência de doenças sexualmente transmissíveis (DST) nas mulheres.
Esta terça-feira, Marta Temido recusou qualquer intenção de penalizar profissionais de saúde que tenham assistido mulheres que optem pela IVG e garantiu que não está em causa a opção da mulher.