Ministério Público pede quase dois milhões de euros de indemnização à EDP por fogo em Monchique
A EDP Distribuição já reagiu, em resposta escrita à TSF, convicta de que a empresa realizou de forma correta todos os procedimentos e de que "o esclarecimento dos factos assim o demonstrará".
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A EDP Distribuição garante que em tempo e em local oportunos irá reagir ao despacho do Ministério Público, que acusou a empresa do crime de incêndio florestal agravado por negligência. Dois anos depois do fogo de Monchique, a EDP Distribuição, contactada pela TSF, reitera "a disponibilidade" para o apuramento das causas que conduziram a este incêndio e à forma como evoluiu e destruiu casas e terrenos.
O Ministério Público entendeu que a EDP Distribuição e um gestor não cumpriram "os deveres de vigilância e manutenção" da linha de média tensão que desencadeou o incêndio.
A acusação alega que a empresa e o colaborador não cortaram, desbastaram ou limparam os ramos de um eucalipto que estavam em contacto com a linha de média tensão.
A obrigação, tanto da empresa como do funcionário, era inspecionarem a linha. Se o tivessem efeito, evitariam prejuízos patrimoniais que ascendem a 1.800.000 euros. O valor da indemnização pedida pelo Ministério Público corresponde aos custos suportados pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil no combate ao incêndio em 2018.
A maior parte dos custos está relacionada com os meios aéreos usados durante os sete dias que durou o incêndio. Só as 134 missões aéreas custaram 1.100.000 euros. O resto das verbas foi gasto em veículos, equipamentos, combustível e meios externos.
O incêndio foi combatido por dezenas de cooperações de bombeiros de todo o país.
A EDP distribuição e o colaborador visado na acusação do Ministério Público afirmam que se "mantêm-se convictos" de que adotaram de forma correta todos os procedimentos e estão confiantes de que "o esclarecimento dos factos assim o demonstrará".