Ministério Público vai acusar três inspetores do SEF pela morte de cidadão ucraniano
Ouvida pela TSF, a associação dos ucranianos em Portugal sublinha que mais pessoas podiam ter evitado a violência e estranha que a acusação recaia apenas sobre três pessoas.
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* notícia atualizada às 11h55 com declarações da Associação dos Ucranianos em Portugal
O Ministério Público (MP) vai acusar 3 inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) pela morte de um cidadão ucraniano, no Aeroporto de Lisboa, no passado mês de março.
Os jornais Público e Diário de Notícias revelam que a investigação concluiu que foram as agressões violentas dos três inspetores do SEF que levaram à morte de Ihor Homeniuk, no dia 12 de março.
O homem de 40 anos, que não tinha visto de trabalho, foi espancado. Tinha ferimentos na face, no tronco, nos braços e pernas, alguns com hemorragias. Tinha também costelas partidas e sinais de uma asfixia lenta, devido às fraturas nas costelas.
A acusação do MP tem de ser formalizada até quarta-feira, dia em que termina o prazo de detenção dos inspetores, que estão em prisão domiciliária.
Os três inspetores do SEF devem ser acusados do crime em coautoria, não devendo haver mais acusados no processo.
Durante a investigação foram ouvidas quase 40 testemunhas, entre elas socorristas e seguranças do aeroporto.
Na altura em que o caso foi denunciado, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, mostrou-se chocado e considerou a morte do ucraniano "inaceitável" e "uma vergonha".
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O ministro ordenou o encerramento do centro de instalação temporária do Aeroporto de Lisboa, onde tudo terá acontecido.
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Associação dos Ucranianos em Portugal estranha apenas três inspetores acusados
Entrevistado pela jornalista Cristina Lai Men, o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal lembra que ainda não conhece a argumentação do Ministério Público. No entanto, Pavlo Sadokha estranha que apenas os três inspetores sejam acusados.
De acordo com Pavlo Sadokha, a viúva do emigrante ainda não tem informação sobre o tema. Sadokha argumenta que a própria comunidade ucraniana em Portugal gostaria de ter esclarecimentos por parte das autoridades portuguesas.