Ministra da Saúde assume responsabilidades? "Nota-se que alguém já explicou a Ana Paula Martins a maneira de lidar com as coisas"
No Fórum TSF desta terça-feira, a comentadora Margarida Davim considera que também o primeiro-ministro "devia ter assumido as falhas"
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A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, assumiu esta terça-feira responsabilidade pelo que “correu menos bem” no INEM. Uma novidade? Para a comentadora de política nacional da TSF, Margarida Davim, “a ministra fez aquilo que devia ter feito desde o início”.
Ouvida esta terça-feira no Fórum TSF, Margarida Davim sublinhou que, além da própria ministra, “também o primeiro-ministro, Luís Montenegro, devia ter assumido as falhas”. Ainda assim, “nota-se que, de facto, alguém já explicou a Ana Paula Martins qual é a maneira de lidar com estas coisas”, acrescentou.
A comentadora de política nacional destacou ainda “um dado curioso”: “Há um investimento que é anunciado agora, (...) mas a ministra não falou ainda de como este investimento será pago.”
Ana Paula Martins, que foi esta terça-feira ouvida no Parlamento no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2025, começou a sua intervenção a falar nos últimos acontecimentos no INEM, com os atrasos no atendimento de chamadas provocados pelas greves dos técnicos de emergência pré-hospitalar e da função púbica.
A este respeito, assumiu que a reorganização dos serviços de urgência e emergência assume "a maior prioridade" para este Governo e disse estar esta terça-feira no Parlamento "cara a cara" para "ouvir as propostas, comentários e as motivações" dos deputados para "melhorar o caminho escolhido e determinado pelo programa do Governo".
Ana Paula Martins anunciou que os tempos de espera das chamadas para o INEM passam esta terça-feira a estar disponíveis no site do instituto.
O tempo médio de atendimento subiu de 12 segundos em 2021 para 36 segundos em 2023 e, entre 1 de janeiro e 31 de outubro, o tempo médio de atendimento chegou aos 68 segundos, disse a ministra.
"Houve uma diminuição significativa dos técnicos entre 2023 e 2024 e temos hoje menos 483 do que deveríamos. Deviam ser 1.341", lembrou, sublinhando que também os meios de emergência terrestres não foram renovados nos últimos anos.
