Ministra das Finanças diz que cenário macroeconómico do PS parte de dados errados
A ministra das Finanças garante que o cenário macroeconómico apresentado pelo PS "parte de uma realidade passada que não é correta". Maria Luís Albuquerque diz que o plano se baseia num sistema de contas que já não está em vigor. Já sobre a devolução dos rendimentos a ministra diz "queremos ser nós a devolver com o ritmo responsável, que for possível".
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"Olhando para o cenário que o PS apresentou [na terça-feira] partem de uma realidade que não é a correta, (...) os anos 2015 e 2016 não consideram os valores mais recentes, e, nomeadamente, a última revisão do INE é ignorada. Para a frente, a partir de 2017, vão buscar dados (...) que estão feitos numa base SEC95", o anterior Sistema Europeu de Contas, que já não está em vigor, argumentou hoje no parlamento Maria Luís Albuquerque.
A ministra não entende de que forma os socialistas fizeram as contas. "No mínimo não se percebe, mas explica alguma dificuldade que possam ter em perceber as nossas previsões", concluiu a governante, respondendo ao deputado socialista João Galamba, que criticou as previsões macroeconómicas apresentadas pelo Governo no Programa de Estabilidade, que está a ser debatido esta tarde no parlamento.
João Galamba disse que "o otimismo do Governo não tem qualquer fundamento" e que é uma "profissão de fé", relembrando o parecer do Conselho de Finanças Públicas (CFP) sobre o documento, divulgado na terça-feira.
O deputado socialista criticou ainda que o Governo pretenda aplicar um novo corte de pensões, à medida do que foi chumbado pelo Tribunal Constitucional no ano passado, para poupar 600 milhões de euros.
Na resposta, a ministra recusou que a medida proposta pelo Governo no Programa de Estabilidade seja um corte nas pensões, assumindo que está "completamente em aberto a combinação entre o corte de despesa e aumento de receita" para poupar 600 milhões de euros no sistema de pensões.
"O problema da sustentabilidade da Segurança Social não está resolvido, como aliás o PS reconheceu no documento que ontem apresentou", afirmou a ministra, acrescentando que o modelo de poupança nas pensões aguarda a participação do PS.