Ministra desvaloriza afastamento de responsável dos Serviços Partilhados da Saúde
Marta Temido esclarece que o mandato do conselho de administração da entidade que gere a linha Saúde 24 terminou no final do ano passado,.
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A ministra da Saúde nega ter demitido o presidente da entidade que gere a Linha Saúde 24. Marta Temido explica que o conselho de administração dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) terminou o mandato no final do ano passado.
"Houve um termo de mandato a 31 de dezembro de 2019 e, como noutras entidades, foi desencadeado o processo de nomeação de um novo conselho de administração", disse a governante, em declarações aos jornalistas, em Lisboa.
Entrevistado pela TSF, o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde mostra-se surpreendido com o afastamento.
"Só soube da substituição ontem [quarta-feira] à noite. Em novembro, eu e o todo o conselho de administração apresentámos disponibilidade para continuar. Legalmente o mandato podia ser renovado. Não nos foi dada resposta nessa altura, solicitei reunião com a ministra no dia 15 de janeiro, que também não foi acolhida", afirma Henrique Martins.
Cortes na Linha Saúde 24
O responsável confirma que, nos últimos meses, houve um diferendo com o Governo pelos cortes no financiamento. O até aqui presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde admite que teme pelo futuro imediato da Linha Saúde 24.
"Ainda não foi lançado o concurso para a continuação do serviço, por isso é que temo", lamentou. Admitindo que a interação com a tutela nos últimos tempos possa não ter sido "tão simpática nos últimos tempos", Henrique Martins aponta uma redução de 18 milhões de euros no orçamento do SPMS entre 2018 e 2020, algo que se reflete também na linha Saúde 24.
"Anualmente, o uso do SNS24 tem vindo a crescer e, como se imagina, não foi confortável", sublinha Henrique Martins, garantindo que os SPMS se mostraram "sempre desconfortáveis com o orçamento apresentado".