Ministro acusa farmacêuticos de adiarem tratamentos oncológicos. Sindicato rejeita críticas
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É a primeira greve dos farmacêuticos dos hospitais públicos, mas para o ministro da Saúde a estreia não podia ter sido pior. Manuel Pizarro apela à "ética profissional" dos grevistas, a quem acusa de terem obrigado a adiar o início do tratamento a vários doentes oncológicos.
Ao segundo e último dia de greve (deste mês, que em novembro há mais dois dias de greve), o Sindicato dos Farmacêuticos considera que foi um sucesso, com 90% de adesão.
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Ainda antes deste balanço, em declarações à Agência Lusa, o ministro da Saúde fazia outras contas: "Lamento profundamente que alguns doentes oncológicos tenham visto adiado o início dos tratamentos devido a esta greve. Peço desculpa a essas pessoas."
Manuel Pizarro afirma-se disposto a negociar, mas contesta que "se usem doentes em lutas laborais". Crítica que caiu mal ao presidente do Sindicato dos Farmacêuticos que decretou a greve.
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Ouvido pela TSF, Henrique Reguengo acusa o ministro e a comunicação social de "estarem a fazer demagogia". Garante que foram cumpridos os serviços mínimos e que houve resposta "a todos os pedidos de tratamento" que foram feitos.
O sindicalista avança uma explicação para os eventuais adiamentos: "Terá sido a própria instituição a adiar por causa da greve."
E acrescenta: "Se viram problemas, poderiam ter pedido para negociar os serviços mínimos quando apresentamos o pré-aviso de greve."
Assegura que nunca o fizeram, mas "que o sindicato teria toda a disponibilidade para evitar esta situação".
*notícia atualizada às 20h52 com as declarações de Henrique Reguengo à TSF