O ministro da Defesa desafiou António José Seguro a envolver-se no debate sobre a reforma do Estado e diz que é o PS que tem que se juntar ao PSD e não o contrário.
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O ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, apelou no sábado à noite ao secretário-geral do PS a que «trate depressa da estabilidade da coligação interna» para debater a reforma do Estado.
«Eu lanço daqui (...) um apelo ao secretário-geral do PS para que trate depressa da estabilidade da coligação interna, porque o país está à espera que venha ao debate da reforma do Estado», afirmou Aguiar-Branco, na Guarda, onde discursava como convidado da Comissão Política Distrital do PSD, no âmbito das II Jornadas sobre "Consolidação, Crescimento e Coesão".
O ministro e dirigente nacional do PSD lembrou que o programa do PS dizia que o partido queria «contribuir para a reforma do Estado, que era importante» concretizá-la.
No entanto, referiu que o secretário-geral socialista está «a fugir ao debate e, neste momento, muito mais preocupado com a coligação interna que tem que cuidar, do que com a situação do país que devia ajudar».
Segundo Aguiar-Branco, o líder do principal partido da oposição, António José Seguro, está «a fazer agora aquilo que fez durante seis anos na Assembleia da República, que é estar calado, cúmplice».
«Agora, que quando o país mais precisava do PS ativo, colaborante, a discutir a reforma do Estado, vemos mais preocupado em cuidar da estabilidade interna da coligação e menos a olhar para o país», disse.
Na sua intervenção, proferida numa unidade hoteleira da Guarda, escutada por cerca de uma centena de militantes e simpatizantes do PSD, o ministro da Defesa lembrou que há 18 meses, quando o atual Governo iniciou funções, o país «estava na banca rota» e o risco era de Portugal «sair do Euro».
Passados 18 meses, «Portugal regressou aos mercados» de uma forma «clarinha» e «reconhecida por toda a gente», evidenciou.
«O Estado engordou ao longo dos anos» e é necessário «mudar o paradigma em que o Estado viveu», daí as medidas que estão a ser tomadas, acrescentou.
Aguiar-Branco falou depois para o interior do partido, dizendo que o atual momento é «talvez dos mais exigentes para o PSD», acreditando que se o partido «mantiver a coesão» sairá vencedor dos próximos desafios eleitorais.