"Não é sério". Ministro acusa Alfredo Casimiro de "enganar o Estado português"
Pedro Nuno Santos acusou o presidente do Conselho de Administração da Groundforce de ter enganado o Estado e os trabalhadores da empresa de 'handling', por não ter informado antes que tinha as ações empenhadas.
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"Não é sério", "tentou manobras de diversão" e "recebeu dinheiro para ficar com a Groundforce", de rajada, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, criticou o empresário Alfredo Casimiro durante uma audição na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.
"Só há confronto com o empresário privado é porque não lhe fazemos a vontade. Se nós lhe puséssemos o dinheirinho nas mãos, sem garantias, estava contente, batia palmas e eu era o maior", ironizou Pedro Nuno Santos.
O ministro considerou que a questão das ações empenhadas de Alfredo Casimiro, que estavam a ser pedidas pela TAP como garantia para um adiantamento à Groundforce para o pagamento de salários, foi um "momento infeliz em que um empresário decide enganar o Estado português", bem como os trabalhadores.
Num forte ataque a Alfredo Casimiro, o ministro das Infraeestruturas afirmou que o empresário é "um homem que provou que não é sério" e que tentou várias "manobras de diversão" durante as negociações com a TAP, para um empréstimo que permitisse à Groundforce pagar os salários aos seus 2.400 trabalhadores, em atraso desde fevereiro.
"Estamos a falar de alguém que tem dezenas de milhões de dívidas. Se tem milhões de euros para um aumento de capital, então tem primeiro de pagar a quem deve. Não era uma opção séria, era uma manobra de diversão", acusou Pedro Nuno Santos.
"Estamos a falar de um empresário que, no relacionamento com o Estado, esteve a enganar o Estado até ao fim e que, a determinada altura, posteriormente, ainda grava uma reunião com um ministro", afirmou Pedro Nuno Santos, lembrando que já apresentou uma queixa-crime.
"Não podemos fazer de conta que não se passou nada e que estamos perante um empresário igual aos outros", acrescentou.
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Nesta audição, Pedro Nuno Santos criticou ainda a forma como decorreu o processo de privatização da Groundforce, denunciando que Alfredo Casimiro "recebeu dinheiro para ficar com a empresa".
"Recebeu 7,6 milhões de euros e pagou 3,6 milhões de euros. Quantos portugueses gostavam de fazer este negócio? Dez milhões", disse o ministro que apontou a mira ao PSD e ao CDS: "Os senhores andaram a vender a ideia de que tinham limpo a economia. É uma vergonha o que aconteceu".