Pedro Nuno Santos sublinhou que o país não compreenderá que a TAP entre numa situação de conflitualidade social depois do esforço que foi feito para salvar a companhia.
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O ministro das Infraestruturas e da Habitação avisou esta sexta-feira em Lagos sobre a necessidade de se respeitar o plano de reestruturação da TAP, não estando a empresa em situação de reverter os cortes salariais aprovados.
"O Governo não negoceia, quem negoceia é a administração da TAP, mas o Governo continuará a explicar e a sensibilizar para a importância de nós sermos todos firmes na concretização do plano reestruturação do qual depende a sobrevivência da companhia aérea onde eles trabalham", disse Pedro Nuno Santos à margem da cerimónia de assinatura do auto de consignação da empreitada de eletrificação do troço ferroviário entre Tunes e Lagos.
Sublinhando que a administração tem autonomia para gerir a companhia, o ministro assinalou que "a TAP, como qualquer outra empresa, tem que cumprir a lei, tal como têm as organizações sindicais".
Para o responsável governamental, a TAP "não está propriamente em situação financeira que lhe permita reverter os cortes que foram fundamentais e que são fundamentais para sustentar a recuperação da empresa".
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O governante sustentou a sua posição lembrando que a TAP "é uma empresa com grande pressão financeira" e que, para além das dificuldades que já tinha e tem, "está a sofrer também, como todas as companhias aéreas e todas as empresas de transportes, a pressão dos aumentos dos combustíveis".
"Temos que entender que há todo um país que investiu até 3,2 mil milhões de euros na TAP e que, obviamente, espera que haja, da parte de quem trabalha na TAP, o esforço correspondente", enfatizou Pedro Nuno Santos.
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Pedro Nuno Santos disse também que o país "não compreenderá" que a TAP entre numa situação de conflitualidade social, depois do esforço feito para salvar a companhia, mas está confiante de que isso não vai acontecer.
"Tenho a convicção de que toda a gente entende a importância de isso não acontecer, de termos um bom ano em 2022. Essa é a minha esperança e continuaremos a pugnar para que não tenhamos problemas de conflitiualidade social, consciente também dos limites que a empresa tem e que não pode ultrapassar", afirmou.
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No domingo passado, a TAP anunciou que vai reduzir em 10% o corte que os pilotos sofreram nos vencimentos e aumentar o patamar a partir do qual aplicará reduções nos salários dos restantes trabalhadores.
Na segunda-feira, o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) acusou a TAP de "manipulação e propaganda" e garantiu que iria acionar "todos os mecanismos legais" para contestar o que dizem estar a ser "incumprido".
Posteriormente, o SPAC afirmou, no final de uma reunião que teve na quinta-feira ao fim do dia com o ministro das Infraestruturas e da Habitação, que a solução para a situação na TAP "está do lado" da empresa e "da tutela".