O Ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, espera que tanto em Lisboa como no Porto seja possível entregar a gestão da STCP e da Carris às autarquias no dia 1 de janeiro de 2017. Sindicatos estão divididos.
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João Matos Fernandes acredita que no final deste processo as empresas ganharão importância e por isso os trabalhadores não têm nenhum motivo de preocupação.
O ministro do ambiente assegura que "os trabalhadores (da Carris e da STCP) podem estar absolutamente tranquilos. O que se trata é de dar maior importância a estas empresas no contexto das áreas metropolitanas".
O governo espera que o processo de transferência da gestão para os municípios, tanto em Lisboa como no Porto, esteja concluído no início do próximo ano. Sendo que no caso da Carris, em Lisboa, a situação é menos complexa. "A Carris é uma empresa de Lisboa. Existe até uma velha reivindicação, com uma ação a decorrer em tribunal da parte da Câmara Municipal de Lisboa para voltar a ser dona da Carris. É nesse cenário que estamos a trabalhar. Um cenário em que a Câmara tem a posse da empresa".
No Porto , a STCP que serve 6 municípios deve continuar a ser propriedade do Estado. As autarquias só ficarão com a gestão. Não vão ter de se preocupar com o passivo mas terá de ser encontrada uma formula para repartir pelos 6 municípios o défice de exploração. João Matos Fernandes admite que "não seria justo que esse défice fosse dividido de igual forma pelos municípios". O valo do défice de exploração já foi apurado mas João Matos Fernandes ainda não o quer divulgar.
Apesar da ameaça de recurso aos tribunais, o ministro do Ambiente diz que não falou com as empresas que concorreram às subconcessões nos transportes e mantém que o Estado não terá de pagar qualquer indemnização.
Sindicatos
Esta mensagem do ministro do Ambiente não consegue, no entanto, colocar água da fervura das preocupações dos trabalhadores da STCP.
A comissão que representa os funcionários da empresa de autocarros do Porto teme que a transferência para os municípios signifique desinvestimento. Pedro Silva, porta-voz dos trabalhadores da STCP, duvida das capacidades das autarquias para conduzirem o sector.
Pedro Silva espera ser incluído no grupo de trabalho que vai definir o novo modelo para os transportes para defender algumas garantias que considera essenciais para o futuro da STCP.
Já na Carris, o porta-voz da Comissão de Trabalhadores aplaude os planos do governo de transferir a empresa para as mãos da Câmara Municipal de Lisboa. Paulo Gonçalves considera que a autarquia é a entidade certa para gerir a Carris, porque "conhece melhor a cidade. Lisboa é uma cidade dinâmica e assim será mais fácil".
Apesar do apoio manifestado, Paulo Gonçalves aguarda mais pormenores sobre o novo enquadramento da Carris, nomeadamente, no que diz respeito ao estatuto que vai ser atribuído aos funcionários.